O deputado federal Fábio Faria (PP) foi o parlamentar com mais faltas em sessões da Câmara dentre os nove potiguares que passaram pelo cargo na atual legislatura, que se encerra em 1º de fevereiro, de acordo com a plataforma Radar do Congresso.
Filho do ex-governador Robinson Faria (PL), Fábio está na Câmara desde 2007 e se despede na próxima semana, após quatro mandatos. Ele não concorreu em 2022 e deu lugar ao pai, que foi eleito com o apoio do filho.
Ao longo da última legislatura, Fábio ficou um ano e meio afastado da Câmara. Em junho de 2020, ele foi nomeado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como ministro das Comunicações, ficando no cargo até 21 de dezembro do ano passado. Neste período, se licenciou do cargo de deputado e foi substituído pela suplente Carla Dickson (UNIÃO).
Ainda assim, mesmo considerando somente as sessões em que participou, o parlamentar se tornou o mais faltoso da bancada potiguar.
Em 2019, primeiro ano da legislatura atual, foram feitas 113 sessões. Fábio participou de 97 e faltou 16, sob justificativa. No ano seguinte, antes de pedir licença, ele participou de 52 sessões, tendo faltado nove, também com justificativa. Ao todo, o desempenho nas 165 sessões foi de presença de 84%.
Atrás dele, outro deputado que também deixa a Câmara foi o segundo mais faltoso do RN: Beto Rosado (PP) teve 86% de presença e 14% de faltas nas sessões em que esteve na Câmara.
O pior ano de Rosado foi em 2019 quando, em 113 sessões, ele foi para o trabalho em 88 dias, justificou 19 faltas e não deu explicações para outras seis. A assiduidade, neste ano, foi de 77,88%.
As faltas se referem aos dias de sessões deliberativas, destinadas a votação, que são realizadas na maioria das vezes às terças, quartas e quintas. Somente neste modelo é que a presença do parlamentar é obrigatória.
Na legislatura atual, os deputados de todo o Brasil bateram recorde de presença, com uma média de 92,16% de presenças confirmadas. Mas, podem ter sido beneficiados pela aplicação das sessões remotas em decorrência da pandemia.
Nos últimos meses, os parlamentares puderam se reunir a distância. A confirmação podia ser feita pelo celular de qualquer lugar, seja no país ou fora dele. Mesmo com o retorno presencial, a Câmara seguiu sem cobrar a obrigatoriedade da presença em plenário, ficando aberta a possibilidade de ir presencialmente ou participar remotamente.
Beto, por exemplo, viu aumentar para acima de 90% suas presenças nos dois anos seguintes.
No primeiro ano da pandemia, o deputado teve presença de 92,16% e no ano seguinte, 92,42%. Já em 2022, o rendimento voltou a cair, e o mossoroense teve uma assiduidade de 80,91%.
Por outro lado, a mais assídua foi justamente a substituta de Fábio Faria. Carla Dickson acumulou um índice de presença de 99,7% em cerca de dois anos e meio. Em 2020, teve 100% de frequência nas 50 sessões; a porcentagem se repetiu em 2021 durante as 132 sessões. Em 2022, o registro da Câmara dos Deputados apontou somente uma falta em 110 dias.
Confira os mais faltosos da bancada do RN:
Fábio Faria (PP) – 16%
Beto Rosado (PP) – 14%
General Girão (PL) e Rafael Motta (PSB) – 9%
Walter Alves (MDB) – 7%
Natália Bonavides (PT) – 5%
João Maia (PL) e Benes Leocádio (UNIÃO) – 3%
Carla Dickson (UNIÃO ) 0,3%