TRABALHO

Quiosqueiros da Redinha realizam protesto contra despejo promovido pela Prefeitura de Natal

Quiosqueios protestam na Redinha contra remoção I Foto: Centro de Referência em Direitos Humanos Marcos Dionísio (CRDHMD/UFRN)

Prestes a perder a fonte de renda, quiosqueiros da Praia da Redinha, maioria de mulheres, realizaram protesto nesta sexta-feira (24) contra a remoção promovida pela Prefeitura de Natal. Eles foram notificados em 11 de julho de 2022, via declaração assinada pelo prefeito Álvaro Dias (PSDB), sobre a demolição dos quiosques e resistem à saída.

Nesta manhã, houve batucada, diálogo e presença de parlamentares, do Fórum de Direito à Cidade, da Pastoral da Juventude e do Coletivo de Mulheres Rendeiras da Redinha.

Organizados no Coletivo Ginga com Tapioca, representado pela Associação dos Moradores da África e Caiana (Amac), os trabalhadores reivindicam integração e permanência dos quiosques e a execução de um plano ambiental para a área que corrija irregularidades ambientais, sanitárias e ocupacionais na orla.

Caso os pedidos sejam negados, solicitam ainda que quiosqueiros e quiosqueiras recebam o mesmo tratamento que foi dado a quem trabalha no Mercado da Redinha durante a reforma. Diferente dos boxes, não há indenização prevista para o pessoal dos quiosques.

Eles reclamam também da falta de negociação por parte da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur). Questionada pela Agência Saiba Mais, a assessoria do órgão informou que os trâmites são com a Procuradoria Geral do Município, que não atendeu às ligações na tarde desta sexta-feira.

O grupo de trabalhadores recebe apoio jurídico do Centro de Referência em Direitos Humanos Marcos Dionísio (CRDHMD/UFRN).

“Elas denunciaram bastante a política de elitização proposta pela gestão municipal, que foi acionada imprensa, mas não comentou o ato de hoje”, comentou o advogado Pedro Levi, informando que dos 20 quiosques, 18 são de mulheres. Cerca de 60 famílias são afetadas, entre proprietários e funcionários.

“Álvaro Dias tem a oportunidade de dar qualidade urbanística e ambiental à praia da Redinha sem excluir as pessoas e prefere retirar quiosqueiros para implementar uma obra de “urbanização”, que na verdade expulsa e apaga essa população, sem ouvir a comunidade. O trator da Prefeitura e do plano diretor não pensa na vida dessas pessoas. E será que sem ouvir os usuários esse projeto vai funcionar?”, publicou o vereador Daniel Valença (PT), que esteve no ato por onde passaram também os vereadores Herberth Sena (PSDB) e Eribaldo Medeiros (PSB), além dos mandatos de Brisa Bracchi (PT) e da deputada federal Natália Bonavides (PT).

SAIBA MAIS: Barraqueiros da Redinha protestam contra retirada de quiosques pela Prefeitura; remoção é política, diz advogado

Imagens desta sexta-feira:

ATUALIZAÇÃO: Todo o processo de negociação com os proprietários e proprietárias de quiosques na Praia da Redinha é feito pela Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur) e não pela Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb), como foi dito inicialmente.

Matéria corrigida em 27.02 às 09:02.

Clique para ajudar a Agência Saiba Mais Clique para ajudar a Agência Saiba Mais
Artigo anteriorPróximo artigo
Isabela Santos é jornalista e repórter da agência Saiba Mais