Sem votos: com derrota de Beto Rosado, Rosalbismo perde último mandato
Natal, RN 17 de mai 2024

Sem votos: com derrota de Beto Rosado, Rosalbismo perde último mandato

7 de outubro de 2022
5min
Sem votos: com derrota de Beto Rosado, Rosalbismo perde último mandato

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O fim do primeiro turno das eleições deixou o "Rosalbismo", que já foi a principal força política de Mossoró, sem mandato para 2023 após a derrota de Beto Rosado (PP) para deputado federal. Divididos, os dois ramos da família — um comandado por Rosalba Ciarlini, e outro por Sandra Rosado — foram às urnas mas colheram derrotas na tentativa de chegar à Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte e na Câmara Federal. Nos tempos áureos, o grupo já passou por todos os cargos estaduais e municipais possíveis, como deputado(a) estadual, federal, governador(a), senador(a), prefeito(a) e vereador(a). Considerando todos os Rosados, o único mandato restante é o de Larissa Rosado, como vereadora de Mossoró.

De um lado, Rosalba Ciarlini apostou no sobrinho Beto Rosado (PP) para deputado federal. Já na ALRN, depositou seu apoio a dois nomes: o ex-prefeito de Governador Dix-Sept Rosado, Dr. Anax Vale (UNIÃO), e no empresário Jorge do Rosário (AVANTE). Na outra ponta, Sandra Rosado (UNIÃO) se lançou como candidata a deputada federal e deixou a filha Larissa Rosado, da mesma sigla, na nominata para deputada estadual. Os quatro perderam. 

Rosalbismo perde Beto

O único Rosado com mandato em Brasília atualmente é Beto (PP), filho do também ex-deputado federal Betinho Rosado. Ele está na cadeira desde 2015, tendo sido o eleito menos votado no ano anterior, com 64.445 votos. Em 2018, se reelegeu como o segundo menos votado entre os oito eleitos, com 71.092 votos, mas por pouco não ficou sem a vaga. 

Em outra chapa, Fernando Mineiro (PT) recebeu 98.070 naquele ano e foi o terceiro mais votado, mas ficou de fora por uma manobra jurídica que validou os votos de Kéricles Alves Ribeiro (PP), conhecido como Kerinho. Ribeiro recebeu 8.990 votos, mas sua candidatura havia sido anteriormente indeferida porque o candidato infringiu a lei eleitoral ao se candidatar sem se descompatibilizar de um cargo comissionado na Prefeitura de Monte Alegre. Kerinho continuou recebendo salário como Coordenador de Apoio aos Conselhos durante a campanha, mas posteriormente seus votos foram validados e, somados aos da coligação, garantiram a vaga de Beto Rosado pela coligação “100% RN”. Beto atuou com advogados e conseguiu continuar mais quatro anos com o mandato que originalmente era de Mineiro. 

Neste ano, porém, a chapa de Beto não alcançou o quociente eleitoral e o PP ficou de fora dos eleitos. Ele teve 83.968 votos no Estado — sendo 11.136 em Mossoró. Sua campanha teve o apoio direto da tia e ex-prefeita de Mossoró, Rosalba Ciarlini. Médica, já foi prefeita da cidade por três mandatos, governadora e senadora pelo Rio Grande do Norte.

Durante sua gestão à frente da Governadoria, Ciarlini acumulou rejeição e se envolveu em escândalos, como o que deu origem à CPI da Arena das Dunas. Sem conseguir apoio do próprio partido para tentar um novo mandato como governadora, foi preterida e não concorreu em 2014. Já em 2016, se elegeu prefeita de Mossoró se aproveitando ainda da popularidade adquirida nas gestões municipais anteriores, mas logo se desgastou novamente. Com a ascensão do então deputado estadual Allyson Bezerra (SD), perdeu força e, antes considerada imbatível no seu reduto, perdeu a reeleição à Prefeitura em 2020.

Já para deputado estadual, a ex-prefeita se desdobrou em dois apoios, para Anax Vale e Jorge do Rosário. Vale concorreu mesmo com a candidatura indeferida e teve 16.821 votos no Rio Grande do Norte, sendo 2.980 — não ficou nem entre os 10 mais votados do município. O indeferimento foi por ter sido barrado na Lei da Ficha Limpa. Em 2019, o ex-prefeito foi condenado por irregularidades na contratação de uma empresa para o serviço de compactação de lixo, quando foram identificadas fraudes na licitação, causando sua inelegibilidade.

O outro apoiado, Jorge do Rosário, passou por quatro eleições, perdendo todas. Em 2016, se candidatou a vice-prefeito na chapa de oposição à Rosalba, mas saiu derrotado. Em 2020, mudou de lado e foi ser candidato a vice da própria Rosalba, perdendo também. Ainda concorreu a deputado estadual em 2018 e neste ano. 

Na eleição atual, acumulou 28.337 votos no Estado, insuficientes para chegar à Assembleia. Em Mossoró, foi o quarto mais votado com 6.861 votos.

No sandrismo, perdem mãe e filha

No outro ramo da família Rosado, o “sandrismo”, as derrotas vieram para mãe e filha. Sandra já foi deputada estadual, federal e vereadora. Na última vez em Brasília, em 2014, não conseguiu reeleição. Dois anos mais tarde, foi eleita vereadora em Mossoró. Neste ano, tentou retornar à Câmara Federal pelo União Brasil mas teve apenas 6.760 no Estado, sendo 3.254 em Mossoró.

Na última eleição municipal, em 2020, deu lugar na Câmara Municipal à sua filha, Larissa Rosado, que atualmente cumpre mandato de vereadora. Para deputada estadual, ela registrou 10.665 votos, com mais da metade em Mossoró (5.796 votos). O desempenho foi insuficiente para ser eleita. A política já tinha ganhado três mandatos na Casa anteriormente (nas eleições de 2002, 2006 e 2010). Suplente, ela ainda retornou em 2017, ficando até o fim de 2019. Agora, como vereadora mossoroense, é a única “sobrevivente” dos Rosados com mandato no Legislativo municipal até o final de 2024.

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