Receita Federal suspende isenção de impostos para cargos religiosos
Natal, RN 20 de mai 2024

Receita Federal suspende isenção de impostos para cargos religiosos

17 de janeiro de 2024
3min
Receita Federal suspende isenção de impostos para cargos religiosos
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

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A Receita Federal publicou no Diário Oficial da União hoje (17) a suspensão de um ato do ex-presidente e inelegível, Jair Bolsonoro, realizado em julho, às vésperas das eleições de 2022, no qual isentava pagamento de impostos e contribuições sociais sobre remunerações que fossem pagas a padres e pastores. Em nota, a Receita esclareceu que atendeu a uma determinação do Tribunal de Contas da União.

Em outras palavras, com essa medida, assinada pelo Secretário Especial da Receita Federal do Brasil, Robinson Barreirinhas, pagamentos de igrejas a pastores voltam a ser considerados remunerações. Segundo nota, Barreirinhas cita um processo do TCU, que ainda está aberto e que avalia a “legalidade e legitimidade” da isenção anterior.

De acordo com o site Jus Brasil, igrejas e templos de qualquer religião têm isenção de impostos, prevista na Constituição. Têm imunidade tributária igrejas católicas, evangélicas, sinagogas, terreiros e centros espíritas. Porém, associações e fundações ligadas a esses templos, não estão livres de impostos.

O benefício das instituições religiosas contemplam o não pagamento de impostos, por exemplo, sobre aluguel de imóveis, bens em nome da entidade e serviços prestados. Por exemplo, templos não pagam impostos quando necessitam fazer uma reforma.

A principal argumentação para isso é que os templos de qualquer culto religioso se mantém a base de doações, não têm fins lucrativos e os valores arrecadados são voltados para projetos sociais, obras, promoção de eventos, assim por diante.

Não é só no Brasil que há esses benefícios. De acordo com a Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos em países como a Argentina, cargos católicos são pagos pelo Poder Público; na Espanha, a Igreja recebe 0,52% dos impostos de renda recolhidos às pessoas físicas, assim como na Itália, com um percentual ainda maior: 0,8%. Até mesmo a França, conhecido país por defender a laicidade, oferece vantagens fiscais para instituições religiosas.

Segundo o Censo 2010 do IBGE, a imensa maioria dos brasileiros tem algum tipo de religião, com predominância para o cristianismo: com 86,8% da população; dos quais, 64,6%são católicos e 22,2% são evangélicos. Apenas 8% das pessoas se declaram sem religião e 2% de dizem espíritas.

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