Adurn chama reitoria da UFRN à responsabilidade: cadê o debate sobre o Future-se?
Enquanto várias universidades do país já se posicionaram ou pelo menos começaram a debater o Future-se, projeto do governo Bolsonaro que estimula universidades e institutos federais a implementar modelos de negócios junto à iniciativa e organizações privadas, a UFRN segue em cima do muro assistindo sem se manifestar nem discutir a proposta com a comunidade acadêmica. Os debates que têm ocorrido no espaço da universidade são iniciativas dos próprios professores ou estudantes, com a reitoria até o momento alheia e distante da pauta.
Para estimular o debate, a Adurn-Sindicato chamou a reitoria da UFRN à responsabilidade. Em audiência na quarta-feira (14) com o vice-reitor Hênio Ferreira de Miranda, a entidade reivindicou formalmente a realização de um “ciclo de debates na Universidade Federal do Rio Grande do Norte sobre a proposta governamental denominada “Future-se”.
Para o Sindicato, que já se posicionou contrário ao projeto que pretende ampliar a participação de recursos da iniciativa privada nas instituições públicas de ensino superior, é preciso ampliar as discussões para que sejam esclarecidos todos os pontos do texto.
“Consideramos importante que todos estejam esclarecidos em relação ao “Future-se”, como condição básica para posicionar-se, e isso certamente se dará a partir do conhecimento minucioso do texto e das implicações do programa, das justificativas que o apoiam, das críticas que vêm sendo feitas e da análise do contexto em que é proposto”, diz o ofício endereçado ao reitor, José Daniel Diniz.
A avaliação preliminar do Sindicato é que a minuta de projeto apresentada pelo governo Bolsonaro ameaça as carreiras do Magistério Superior e do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico e retira das Instituições Federais de Ensino Superior seu caráter público, propositivo e reflexivo.
O vice-reitor Henio Ferreira de Miranda disse que o projeto estará na pauta da reunião do Fórum de Reitores, a ser realizada ainda esta semana, em Mossoró, e do Conselho Pleno da Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). Ele também garantiu, na audiência com a Adurn, que a universidade vai promover “discussões amplas com a comunidade acadêmica”.
Num contexto de sucateamento das Universidades, ambos acordaram em estabelecer uma linha permanente de diálogo para que a defesa da UFRN, frente ao desmonte já implementado pelo governo federal e que começa a ter impacto no cotidiano dos professores, seja um dos elementos principais na construção das pautas para o segundo semestre de 2019.
Com informações da Adurn-Sindicato