Alguns nazistas, outros birutas, todos canalhas!
Natal, RN 26 de abr 2024

Alguns nazistas, outros birutas, todos canalhas!

23 de janeiro de 2020
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Aconteceu de novo. Agora de um jeito puro, sem cerimônia. Em alto e ao sonoro som da ópera preferida de Hitler, um secretário de Bolsonaro colocou no ar a mais bizarra declaração feita por um membro de governo em 130 anos da República brasileira. O Nazismo de Alvim não encontrou condições de sustentação nem mesmo nos delírios do Presidente, que entende as críticas a incompetência de seu ministério como um motor para a manutenção de canalhas no cargo. Ainda não está claro se Alvim foi demitido por ser nazista, ou por não ter conseguido esconder que é um. O governo e o próprio Bolsonaro já demonstraram, várias vezes, sua ligação com ideologia autoritária e seu desprezo pelas minorias políticas. Infelizmente para a nossa democracia, Roberto Alvim não deve ser o único a glorificar ideais nazistas dentro do governo.

Alvim é um extrato do que o bolsonarista raiz é. Cheio de rancor, usou do cargo para promover um expurgo daqueles que ele nunca conseguiu reconhecimento. Ressentido, nomeou um terraplanista para Funarte, um negro que nega a escravidão para a Fundação Cultural Palmares. Pária para a classe artística nacional, ele agrediu verbalmente Fernanda Montenegro. Não tardou para o péssimo teatrinho de Goebbels deixar claro onde Alvim estará para a história brasileira, e quão longe esse lugar fica daquele ocupado por gente como Fernanda Montenegro. Ainda bem.

O ministério de Bolsonaro vai se demonstrando como um ajuntamento de atraso, bagunça e mau-caratismo. Na mesma semana do discurso nazista, a Folha revelou que o chefe da Secom, Fábio Wajngarten, recebe dinheiro de emissoras e agências contratadas pelo governo Bolsonaro. Fábio tem a privilegiada função de direcionar publicidade do governo para emissoras que já tem contrato com sua empresa. Bom, né? Ainda espanta ver como o governo Bolsonaro comete ilegalidades e vai passando ao largo da justiça. Também vai ficando claro que o discurso de Bolsonaro contra a corrupção é mero marketing de campanha. Já é o segundo ministro envolvido em grave desvio ético, e a resposta do Presidente é colocar debaixo do braço as denúncias e seguir em frente.

Para somar as tragédias, ainda tem o “imprecionante” desempenho do ministro da Educação. Esse passa tanta vergonha que já acho que existe alguma explicação masoquista para continuar no cargo. Na sexta feira em um tom boçal, que lhe é característico, anunciou que o MEC realizou o maior e melhor Enem de todos os tempos. A realidade bateu à porta de Weintraub menos de 24h depois, com milhares de estudantes reclamando de suas notas. Um erro primário na realização da prova expôs todo o amadorismo que nos governa. Segue no cargo mesmo estragando a única coisa importante que conseguiu realizar até agora.

E isso é o suprassumo do que temos de visível no primeiro escalão do governo, imagina o que não opera sob o anonimato da máquina estatal. Por enquanto, seguimos nessa competição contraproducente entre a ala canalha, reacionária e biruta do governo. Nessa disputa tosca para saber quem é o bolsonarista mais cretino, a República padece e o caos reina.

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