Vereador que deu título de cidadão a Eduardo Bolsonaro não consegue reeleição em Natal
O vereador Cícero Martins (PP) não conseguiu renovar o mandato na Câmara Municipal de Natal. Com 1.768 votos, o parlamentar bolsonarista ficou na segunda suplência, atrás de Tércio Tinôco, eleito com 3.101 votos, e de Zé Humberto, primeiro suplente da sigla com 1.788 votos.
Martins é o vereador mais identificado com o presidente Jair Bolsonaro na Casa e perdeu quase metade dos votos que obteve em 2016, quando conquistou pelo PTB o apoio de 3.237 eleitores. Em todo o país, a maioria dos candidatos que contaram com o apoio do presidente da República fracassaram.
Após a derrota, Cícero agradeceu os votos que obteve e afirmou que “o perfil do natalense é totalmente vermelho”. Para ele, a nova cara da Câmara Municipal é comunista:
- Infelizmente estamos diante de um perfil do natalense totalmente vermelho, de uma cidade que nós já prevíamos que teria uma Câmara mais comunista dos últimos anos. Como acontece no Estado, está acontecendo no município. Independente do mandato continuarei a ajudar minha cidade”, disse em vídeo gravado nas redes sociais.
Bolsonarismo
Com a ascensão de Bolsonaro em 2018, o vereador deixou o PTB e migrou para o PSL, de onde saiu após brigar contra as lideranças da legenda, em especial o deputado federal general Girão.
Polêmico e extremista, Cícero é autor do projeto de lei que concedeu ao deputado federal Eduardo Bolsonaro o título de cidadão natalense. Bastante criticado na época, justificou a proposta afirmando que o prêmio ajudaria a trazer recursos para Natal.
Martins passou o mandato tentando surfar no antipetismo. Atacou pessoalmente, em várias oportunidades, as parlamentares do PT Natália Bonavides e Divaneide Basílio. Algumas agressões verbais chegaram a ser levadas ao Conselho de Ética da Casa, mas foram arquivadas.
O parlamentar bolsonarista chegou a trabalhar, pessoalmente, para derrubar dois projetos na Câmara ligados às pautas progressistas: o Transcidadania, que garantia direitos a população LGBTQ+, e a comenda Marielle Franco de Direitos Humanos, que chegou a ser aprovada, mas após uma manobra do bolsonarista sumiu da Casa.
Votação PP
Tércio Tinôco – 3.101 votos (eleito)
Zé Humberto – 1.788 (1º suplente
Cicero Martins – 1.768 (2º suplente)