No meio da polarização política, Ezequiel e MDB estão “para jogo”
Natal, RN 26 de abr 2024

No meio da polarização política, Ezequiel e MDB estão "para jogo"

9 de março de 2022
3min
No meio da polarização política, Ezequiel e MDB estão

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A pré-campanha para as eleições deste ano mostram um Brasil e um Rio Grande do Norte politicamente polarizados, como aconteceu em 2018. Naquele ano Jair Bolsonaro (eleito pelo PSL, hoje no PL) foi eleito com um discurso antipetista e prometendo "combater o comunismo". Por outro lado, a eleição de governadores de partidos de Esquerda, principalmente no Nordeste, solidificou um movimento "antibolsonarista". Essa tônica está se repetindo em 2022, até porque quem lidera as pesquisas de intenção de voto para presidente da República são justamente Lula (PT) e Bolsonaro.

Desta forma, em praticamente todos os estados do país há uma polarização entre Esquerda (com PT à frente, tendo PSB, PC do B e movimentos sociais ao lado) e Direita (partidos considerados bolsonaristas e de centro identificados com pautas conservadoras). No Rio Grande do Norte, o fato da governadora Fátima Bezerra (PT) ser de espectro esquerdista faz com que o bolsonarismo (representado de maneira mais contundente pelos ministros Rogério Marinho e Fábio Faria e deputados General Girão e Coronel Azevedo) seja a oposição imediata e agressiva a Fátima, gerando a polarização.

Mas há quem consiga, ou tente, passar incólume a esta polarização. É o caso do presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, Ezequiel Ferreira de Souza (PSDB) e do MDB potiguar, que tem o ex-senador Garibaldi Alves Filho e o deputado federal Walter Alves como líderes. Enquanto petismo e bolsonarismo se digladiam no Estado quase diariamente, estas duas forças políticas "estão para jogo", para usar uma gíria jovem e popular que define algo ou alguém que está disponível para qualquer eventualidade, independente de lados.

Afinal, Ezequiel faz parte do Governo Fátima, como já foi enfatizado diversas vezes pelo chefe de gabinete da governadora, secretário Raimundo Alves, e dá sustentação ao Governo na ALRN. Mas, paralelamente vem dialogando com a oposição e já teve o nome especulado e mesmo lançado pela mídia e alguns políticos como pré-candidato ao Governo do Estado, justamente fazendo oposição a Fátima, a quem hoje apoia.

Já o MDB planeja a sua sobrevivência política nesta eleição, com a manutenção do mandato federal com a família. Provavelmente Garibaldi tentará uma cadeira na Câmara Federal, com o filho Walter, hoje deputado federal, possivelmente tentando uma vaga na Assembleia Legislativa. O curioso é que o MDB estaria dialogando ao mesmo tempo com o PT, tanto na esfera nacional como estadual, e também com a oposição, já que a imprensa especulou que os Alves vem conversando com Ezequiel para formar uma chapa com o presidente da ALRN sendo pré-candidato ao Governo pela oposição com Walter Alves como vice.

Por enquanto apenas especulações e nem Garibaldi nem Walter, tradicionalmente políticos discretos, quase silenciosos mesmo, admitem sequer o diálogo com Ezequiel no sentido de formarem um bloco oposicionista. Mas o que chama a atenção do mundo político é a tranquilidade com que ambos e ainda Ezequiel "estão para jogo", sendo cotados tanto no palanque do governo (situação) como da oposição. Uma mistura de diplomacia política, discursos moderados e necessidade de sobrevivência política. Por ora, políticos e imprensa acompanham os passos destes entes políticos rumo ao caminho que seguirão na campanha que será, como foi dito, extremamente polarizada.

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