Entre o mês de janeiro e a segunda semana de abril de 2022, os casos de dengue no Rio Grande do Norte aumentaram assustadores 818%, quando comparados com o mesmo período do ano passado,. Foram 435 casos prováveis de dengue registrados em 2021, enquanto esse ano as notificações chegaram a 3.995.
O aumento segue nos demais casos das arboviroses da zika e chikungunya, de acordo com os dados divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap). Os casos prováveis de chikungunya passaram de 570 para 1.494, o que representa um aumento de 162%, e os casos prováveis de zika subiram de 39 no ano passado para 321 em 2022, o que resulta numa alta de 723%.
Arboviroses
São doenças transmitidas pelo arbovírus, que englobam os vírus transmitidos por insetos e aracnídeos (como aranhas e carrapatos). No Rio Grande do Norte, as arboviroses mais comuns são a dengue, zika e chikungunya. As três doenças são transmitidos pela fêmea do mosquito Aedes aegypti.
Sintomas
As arboviroses apresentam sintomas comuns entre si, como febre, dores nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos no caso da chikungunya e zika. Mas, apesar dos sinais parecidos, no caso da chikungunya predominam as fortes dores nas articulações, febre, dor nas costas, fadiga, náuseas, vômitos, dor de cabeça, dores musculares (mialgias) e inchaço articular bilateral.
Os sintomas comuns da zika são manchas avermelhadas pelo corpo, dor muscular, dor de cabeça, dor atrás dos olhos e conjuntivite. São pouco comuns, mas pode a pessoa doente pode ter diarreia, constipação e pequenas úlceras na mucosa oral.
Já em relação à dengue, há quatro tipos em circulação no Brasil que podem trazer os seguintes sintomas:
ASSINTOMÁTICA: Apesar de contaminada, a pessoa não apresenta sintomas.
CLÁSSICA: Um dos primeiros sintomas é uma abrupta febre alta (entre 390C e 400C), acompanhada por dor de cabeça, dor nos olhos, cansaço, dores musculares, náusea, vômitos e erupções na pele. A doença costuma durar de cinco dias a sete dias, mas a recuperação leva semanas.
DENGUE HEMORRÁGICA: É a forma mais grave porque pode levar à morte. O tratamento tem que ser feito em um hospital. Os sintomas são parecidos com o da dengue clássica, mas começam a surgir sangramentos por volta do terceiro dia, principalmente, nas gengivas e pele. Além disso, o paciente costuma apresentar fortes e contínuas dores no estômago.
FEBRE HEMORRÁGICA DA DENGUE ou SÍNDROME DO CHOQUE DA DENGUE: É o tipo mais raro e grave da dengue hemorrágica. O paciente apresenta palidez, hipotermia, alterações do nível de consciências, problemas circulatórios, pressão baixa e taquicardia, pode chegar a óbito.
“É importante que os serviços de saúde estejam atentos à notificação dos casos suspeitos, e que a população esteja atenta aos sinais de alarme, como dor abdominal, vômitos persistentes e sangramento de mucosas, pois devem procurar imediatamente os serviços de saúde”, explica Sílvia Dinara, coordenadora do programa estadual de combate às arboviroses.

Cuidados
Confira alguns cuidados necessários para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor das arboviroses:
- Manter os quintais livres de possíveis criadouros do mosquito;
- Esfregar com bucha as vasilhas ou reservatórios de água de seus animais;
- Não colocar lixo em terrenos baldios;
- Manter caixas d´água sempre tampadas
- Cuidar de qualquer local que possa acumular água parada. Além dos cuidados, é importante receber a visita do agente de endemias e esclarecer possíveis dúvidas.