Quase 30 atores e atrizes encenaram nesta segunda-feira (11), no Acampamento Terra Livre, em Brasília, uma performance de rua em que denunciaram o avanço do garimpo e da mineração ilegais no Brasil, além da política de extermínio indígena do governo Bolsonaro. Os corpos dos artistas foram cobertos de lama e pintados com uma tinta vermelha, numa referência ao sangue da matança dos indígenas.
A performance foi idealizada e produzida pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), entidade que organiza o 18º ATL, na capital federal.
O público foi convidado a participar cobrindo o corpo com a mesma lama e tinta vermelha. Aliás, os corpos foram o meio pelo qual a mensagem chegou ao público. Na pele e em caixões que compunham o cenário, lia-se mensagens como “Garimpo Mata”, “Fora Bolsonaro”, “Ouro ilegal”, “Bozo Genocida” e “Não a PL 191”, projeto de lei que prevê a regulamentação do garimpo em territórios indígenas.

Do espaço onde funciona o acampamento indígena, na Fundação Nacional de Cultural, a performance foi encenada também na rua durante a manifestação “Ouro de Sangue”, que ocorreu na parte da tarde, com presença de quase 5 mil indígenas, entre eles a liderança indígena Sônia Guajajara. O protesto, que caminhou até uma cerca de ferro instalada na frente do Congresso Nacional, pedia as demarcações de territórios indígenas e o arquivamento dos projetos de lei batizados de PECs da Destruição, caso do PL da Mineração e da PEC do Marco Regulatório, em análise pelo Supremo Tribunal Federal.
Na próxima quinta-feira (14), os deputados federais avaliam o PL 191/2020. A proposta representa um grave risco de vida para os indígenas.