Rogério Marinho teve encontros fora da agenda com empreiteira que usa firma de fachada em licitações
Natal, RN 16 de mai 2024

Rogério Marinho teve encontros fora da agenda com empreiteira que usa firma de fachada em licitações

12 de abril de 2022
3min
Rogério Marinho teve encontros fora da agenda com empreiteira que usa firma de fachada em licitações

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O então ministro do Desenvolvimento Regional, o potiguar Rogério Marinho (PL-RN), realizou encontros fora da agenda oficial com dirigentes da Engefort, a empreiteira que tem vencido uma série de licitações de pavimentação no governo Bolsonaro, participando dos editais muitas vezes sozinha ou com uma empresa de fachada.

A investigação é do jornal Folha de São Paulo que aponta, ainda, que a empresa já levou R$ 620 milhões do orçamento federal, sendo R$ 84,6 milhões já quitados. A verba da empresa vem de contratos com a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba), empresa estatal comandada por Rogério Marinho e usada por Bolsonaro para obter apoio político do centrão, em troca de verba encaminhada por meio de emendas parlamentares.

Imagem: reprodução

Os dirigentes da Codvasf realizaram, apenas oficialmente, pelo menos 19 encontros com representantes da Engefort. Já fora da agenda, nem os encontros, nem seus participantes foram registrados, segundo resposta da direção da Codevasf à Folha de São Paulo, que solicitou as informações por meio da Lei de Acesso à Informação.

Em uma das ocasiões não oficiais, Rogério Marinho estava de férias, no final de janeiro deste ano, quando se encontrou com o presidente da Codevasf, Marcelo Moreira, e o gerente comercial da Engefort, Fernando Teles Antunes Neto. Segundo a direção da Codevasf, a presença de Marinho havia sido solicitada para uma reunião com Ciro Nogueira, da Casa Civil. Por meio de nota, depois da publicação da reportagem, a direção da Codevasf informou que a reunião com Marinho “serviu de orientação para que houvesse observância de prazos contratuais na execução de obras”.

A Engefort, que tem sede em Imperatriz, no Maranhão, venceu licitação para obras nos estados do Amapá (AP); Bahia (BA); Ceará (CE); Minhas Gerais (MG); Paraíba (PB); Rio Grande do Norte (RN) e Sergipe (SE). Além de Rogério Marinho, os dirigentes da Engefort também tiveram reuniões com o ex-presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Rogério Marinho está entre os dez ministros de Bolsonaro que se afastaram do cargo em 31 de março para concorrer às eleições de 2022. Apesar de ter perdido a última disputa, Marinho foi resgatado por Bolsonaro em dezembro de 2018 para ocupar o cargo de comando da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, do Ministério da Economia, sendo relator e um dos principais responsáveis pela implantação das reformas trabalhista e da previdência. Em seguida, em fevereiro de 2020, Marinho passou a comandar o Ministério do Desenvolvimento Regional. Agora, em 2022, ele vai tentar uma vaga ao Senado pelo Rio Grande do Norte pelo mesmo partido de Bolsonaro, o PL. Em 2018, ele perdeu as eleições ao tentar um cargo à deputado federal pelo PSDB.

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