Investimentos de partidos em candidaturas LGTBQIA+ é só de 2%, diz estudo
Natal, RN 27 de abr 2024

Investimentos de partidos em candidaturas LGTBQIA+ é só de 2%, diz estudo

17 de maio de 2022
2min
Investimentos de partidos em candidaturas LGTBQIA+ é só de 2%, diz estudo

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Nara Lacerda - Brasil de Fato

Para marcar o Dia Mundial de Combate a LGBTQIA+fobia, neste 17 de maio, a organização #VoteLGBT divulgou um estudo que confirma a lentidão do Brasil no longo caminho de garantir espaço na representatividade política dessa população. Os dados mostram que, em cidades com até 500 mil habitantes, os partidos brasileiros investem apenas 2% do teto de gastos em candidaturas LGBTQIA+. Municípios menores conseguem garantir uma porcentagem um pouco maior, de 6%. Os dados foram publicados em reportagem do Brasil de Fato.

Segundo Evorah Cardoso, pesquisadora integrante do #VoteLGBT, os índices de investimento em candidaturas LGBTQIA+ são pequenos, mas representam determinado avanço, observados principalmente nas eleições mais recentes. "Tivemos números recordes de candidaturas e de eleitos, mas todas essas vitórias estão sendo construídas em um contexto de muita luta e, muitas vezes, a despeito dos partidos políticos”, afirma.

Ela ressalta que as candidaturas são subfinanciadas e que o apagamento é sentido dentro e fora dos partidos. “Sem apoio financeiro, elas ainda sofrem com as suas reais chances de disputa em muitas cidades do país. Estamos em todos os lugares, mas estamos isolados"

Nas eleições de 2020, o movimento #VoteLGBT identificou 556 candidaturas LGBTQIA+. 97% delas foram eleitas, o que representa 17% do total. Em pesquisa com esse grupo, 49% dos entrevistados e entrevistadas relataram que já sofreram ataques por causa da orientação sexual.

As agressões vieram de dentro do próprio partido em 26% dos casos. Mais de metade das vítimas procurou ajuda com as legendas, mas não houve nenhum tipo de ação em 56% das situações.

“O cenário da violência política está presente e não fica restrito às eleições. Continua nos mandatos eleitos, dentro dos partidos e das casas legislativas. Isso precisa ser combatido, pois existimos, não seremos apagados e nosso lugar é em todo lugar", ressalta Evorah Cardoso.

Para chegar aos resultados, a organização #VoteLGBT iniciou a pesquisa em maio de 2021. Inicialmente, os próprios candidatos e candidatas passaram por entrevistas. Em seguida, os partidos receberam um questionário anônimo para avaliar a experiência de eleitos e eleitas LGBTQIA+. Dados oficiais da Justiça Eleitoral e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também foram analisados.

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