Três suspeitos foram denunciados pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) pela pelo assassinato do bacharel em Direito Eliel Ferreira Cavalcante Júnior, de 25 anos, e pela tentativa de homicídio de Lucas Emanuel Pereira de Menezes Ferreira, que também foi ferido no atentado, mas sobreviveu.

O MPRN ainda pediu a prisão preventiva de dois dos três denunciados. De acordo com o depoimento de testemunhas, o crime teria ocorrido porque os suspeitos deduziram que as vítimas Eliel Ferreira e Lucas Emanoel poderiam ser “ladrões”. No documento entregue à Justiça , o Ministério Público aponta que os denunciados agiram como “pretensos ‘justiceiros’, promovendo um 'julgamento' sumário e sem proporcionar defesa, segundo suas próprias e medievais regras, escolhendo tirar a vida de inocentes, algo que não se justificaria ainda que fossem as vítimas de fato 'ladrões'”.

De acordo com a denúncia, os crimes foram praticados por motivo torpe e sem chance de defesa para as vítimas. Para os promotores, esse tipo de “justiçamento” desrespeita todas as regras de convivência social e deixa a sociedade à mercê da barbárie.

O crime

A investigação aponta que Eliel Ferreira e Lucas Emanuel estavam conversando em frente à garagem do condomínio onde um deles morava, no bairro Boa Vista, em Mossoró, no dia 9 de abril deste ano, por volta das 21h40, quando foram abordados por dois homens, enquanto um terceiro, portando uma arma de fogo, do outro lado da rua, também se aproximou deles. No momento da abordagem, Lucas se desfez de um celular, arremessando na área do condomínio, acreditando se tratar de um assalto.

Em poucos instantes, dois disparos de arma de fogo foram efetuados por um dos criminosos contra as vítimas, tendo o segundo disparo sido direcionado para Lucas, que conseguiu correr e se esconder em uma residência. Eliel Ferreira, mesmo baleado, chegou a correr, na tentativa de fugir dos criminosos, mas foi perseguido e atingido por sete disparos de arma de fogo, vindo a óbito no local.

Dois denunciados, um de 37 e outro de 40 anos, foram presos nessa segunda (02) por meio de mandado de prisão. Um terceiro suspeito de participação no crime já havia se entregado à polícia em 25 de abril.

Homofobia

O suspeito de efetuar os disparos, que já havia se entregado à polícia, disse ter atirado contra Eliel por tê-lo confundido com um assaltante. No entanto, a família da vítima contesta essa versão e diz que o crime foi motivado por homofobia.

Em depoimento na delegacia, Lucas Emanuel, que sobreviveu ao atentado, se apresentou como namorado de Eliel. Ele afirmou que o autor dos disparos é um homem conhecido da vítima que mora em frente ao condomínio de Eliel e que sempre observava a vítima com o companheiro.