Jornalismo em transição: editor da agência SAIBA MAIS e pesquisadora de mídias negras debatem veículos digitais com estudantes da UFRN
Natal, RN 26 de abr 2024

Jornalismo em transição: editor da agência SAIBA MAIS e pesquisadora de mídias negras debatem veículos digitais com estudantes da UFRN

8 de junho de 2022
4min
Jornalismo em transição: editor da agência SAIBA MAIS e pesquisadora de mídias negras debatem veículos digitais com estudantes da UFRN

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Incorporada como matéria obrigatória ao programa pedagógico do curso de Comunicação Social da UFRN em 2022, a disciplina “Jornalismo em transição”, ministrada pela professora Socorro Veloso, debateu experiências distintas da mídia digital nesta quarta-feira (8). O bate-papo contou com a participação dos jornalistas Rafael Duarte, editor-geral da agência SAIBA MAIS, e Alice Andrade, que se debruça há alguns anos sobre a pesquisa de mídias negras.

Duarte lembrou que, como ex-estudante e jornalista formado pela UFRN, o fato de estar hoje na condição de diretor de um veículo de comunicação mostra que o surgimento de novas iniciativas no jornalismo digital, a partir da universidade, é perfeitamente possível:

- Eu nunca imaginei fundar um veículo ou coordenar uma redação com uma equipe de seis jornalistas. Se hoje estou cumprindo esse papel e ocupando esse lugar qualquer um de vocês pode estar também num futuro próximo”, disse.

O jornalista contou que a agência SAIBA MAIS completa 5 anos em 2022. Ele contextualizou o atual momento do jornalismo a partir do boom de veículos que ganharam força com as jornadas de junho de 2013 e falou sobre os processos de criação e produção do conteúdo produzido pelo veículo potiguar que conta ainda na equipe com outras cinco mulheres, a editora Cledivânia Pereira, as repórteres Jana Sá, Mirella Lopes, Isabela Santos, além da jornalista responsável pela distribuição de conteúdo Ulyana Lima.

Processo de criação e produção da agência SAIBA MAIS foi um dos temas abordados / foto: Alice Andrade

Questionamentos sobre como participar de editais, os tipos de financiamento disponíveis e que cobrem os custos da agência, além de como manter a independência recebendo publicidade estatal foram temas abordados pelos estudantes.

- Em uma conversa com uma amiga jornalista de São Paulo em 2018, ela me convenceu lembrando que o direito à informação está previsto na Constituição e que a verba publicitária é pública. Se os veículos independentes não disputarem esses recursos, só mídias alinhadas idelogicamente à direita vão receber. Na França, há um fundo público para financiar veículos a partir de critérios pré-definidos, entre os quais a diversidade. O importante é ser honesto e transparente. Nós temos posição e lado, e mantemos a independência”, disse.

Mídias negras

Doutoranda em Estudos da Mídia pela UFRN, a jornalista Alice Andrade defendeu o conceito de “Aquilombamento virtual midiático”, uma proposta teórico-mercadológica para o estudo das mídias negras,

Através de um passeio pela história, ela lembrou que veículos com um recorte antirracista são “filhos” de mídias abolicionistas, criados por homens brancos progressistas, e veículos antiracistas surgidos ainda no século XIX a partir da revolta negros ex-escravizados recém-libertos, a exemplo “O Homem de Cor”, símbolo antiracista e principal inspiração para os atuais veículos digitais que abordam a pauta do racismo estrutural, como Alma Preta, Notícias Pretas, Geledés, entre outros.

 - Essas mídias negras fortalecem a luta antirracista, tendo a comunicação em rede como ferramenta para enfrentar opressões”, destacou.

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