Estudantes potiguares protestam pela revogação do Novo Ensino Médio e por orçamento para a educação
Natal, RN 9 de mai 2024

Estudantes potiguares protestam pela revogação do Novo Ensino Médio e por orçamento para a educação

12 de agosto de 2023
4min
Estudantes potiguares protestam pela revogação do Novo Ensino Médio e por orçamento para a educação

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Com a irreverência e diversidade da juventude, com seus batuques, faixas e cartazes, os estudantes potiguares fizeram ato em Natal marcando o Dia do Estudante como uma data de luta na capital. 

Secundaristas, universitários e pós-graduandos participaram da manifestação com o mote “orçamento para educação e revogação do Novo Ensino Médio”. O protesto iniciou-se às 14h no cruzamento das avenidas Nevaldo Rocha e Salgado Filho. Os estudantes caminharam em direção à Zona Sul, terminando o ato na altura da Universal às 18h.

Atos como esse foram organizados em todo o país, convocados pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e pela Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG).

Lia Araújo, diretora de mulheres da União Estadual de Estudantes do Rio Grande do Norte (UEE-RN), afirma que a manifestação local foi estadualizada. “Estão aqui estudantes do Mato Grande, da região salineira, Alto Oeste, Oeste, Seridó do estado e Região Metropolitana de Natal, além da própria capital”, explica Lia.

Essa diversidade pôde ser vista nas falas feitas o carro de som que acompanhou o ato. Estavam presentes grêmios e diretórios estudantis de unidades de ensino espalhadas por todo o estado, como o grêmio Madalena Antunes, do IFRN de Ceará-Mirim, e o diretório estudantil Anatália Alves da UERN de Mossoró.

Reinvindicações

De acordo com Lia,  os estudantes ocuparam as ruas “pela revogação do NEM [Novo Ensino Médio], mas principalmente pela recomposição orçamentária das universidades. Queremos que não exista teto de gasto para educação, pois educação não é mercadoria. Continuaremos na luta por orçamento, participação e mais democracia”.

A fala de Lia se refere ao corte anunciado pelo Ministério da Educação (MEC) de R$ 332 milhões para o ensino básico e superior do país. O montante seria destinado desde projetos de alfabetização até bolsas de pesquisa. O bloqueio foi justificado cm a alegação de que o governo precisa respeitar a regra do Teto de Gastos, regime fiscal vigente no país.

Os estudantes também são contrários a manutenção da política do Novo Ensino Médio (NEM), implementada pelo governo de Michel Temer, em 2017. O NEM é considerado desastroso pelas entidades estudantis por ampliar as desigualdades sociais pela oferta diferenciada de ensino por escola.

O NEM alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e mudou a estrutura do ensino médio, definindo uma nova organização curricular com a criação de itinerários formativos, com um novo conjunto de disciplinas a serem ofertadas pelas escolas.

O Ministério da Educação (MEC) apresentou proposta de manutenção do NEM com adequações. Mas os estudantes rechaçam a iniciativa, pedindo revogação da política.

A pauta estudantil é ainda mais ampla, como afirma Stefany Kovalski, coordenadora geral do Diretório Central de Estudantes da UFRN, o DCE José Silton Pinheiro.

A gente luta para a educação estar no centro do debate de reconstrução do Brasil. Vivemos os quatro anos mais difíceis de nossas vidas e agora temos pautas centrais. Além da garantia do orçamento e revogação do Novo Ensino Médio, nós queremos uma lei de assistência estudantil para que  o tema não seja apenas um decreto, mas se torne uma lei, também queremos mais acesso à cultura, à ciência e à tecnologia. Nós queremos reconstruir o Brasil pela mão dos estudantes”, reivindica Stefany.

Potiguares protestam pela educação (Foto: Isadora Morena)

No carro de som, os grêmios estudantis estaduais faziam apelos por merenda digna, infraestrutura e condições de trabalho dos professores. Luana Bezerra, diretora de grêmios da União Metropolitana de Estudantes Secundaristas (UMES-Natal) afirma que “as escolas do RN estão sucateadas e não é só construindo escolas novas que vamos avançar com a educação do nosso estado”.

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