Pesquisa: 70% dos bancários no RN tiveram algum transtorno mental
Natal, RN 19 de mai 2024

Pesquisa: 70% dos bancários no RN tiveram algum transtorno mental

30 de outubro de 2023
3min
Pesquisa: 70% dos bancários no RN tiveram algum transtorno mental
Foto: Isabela Santos

Ajude o Portal Saiba Mais a continuar produzindo jornalismo independente! Apoie com qualquer valor e faça parte dessa iniciativa.

Quero Apoiar

Uma pesquisa realizada entre 2020 e 2021 com 443 bancários mostra que quase 70% (67,7%) dos entrevistados, o equivalente a cerca de 300 pessoas, teve a incidência de Transtornos Mentais Comuns (TMC).

A sigla se refere à situação de saúde em que os critérios formais para diagnósticos de depressão e/ou ansiedade não são completamente preenchidos, segundo as classificações do DSM-V (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders - 5ª edição) e CID11 (Classificação Internacional de Doenças - 11ª revisão). Porém, a presença de sintomas como insônia, fadiga, esquecimento, irritabilidade, falta de interesse, dores de estômago, dificuldade de concentração, entre outros, trazem significativo impacto na vida profissional do trabalhador.

A pesquisa, realizada Sindicato dos Bancários do Rio Grande do Norte, aponta que a maioria dos profissionais que atua nos cargos de gerente e de assistente de Pessoa Física/Pessoa Jurídica apresentou 14 dos 20 sintomas de TMC, como dores de cabeça, sono ruim, assustam-se facilmente, tensão e preocupação, má digestão, dificuldade de pensar com clareza, tristeza, insatisfação nas atividades diárias, dificuldade de tomar decisões, perda de interesse, dificuldade em executar os serviços, cansaço constante, problemas estomacais e cansaço.

Os dados reforçam um debate realizado na Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal na semana passada sobre como a pressão por alcançar metas abusivas tem adoecido a categoria.

Segundo a senadora Augusta Brito (PT-CE), apesar de representarem apenas 1% dos trabalhadores com emprego formal no país, a categoria já representa 24% dos afastamentos por doenças mentais.

Os bancários ainda apontaram a subnotificação de doenças no ambiente dos bancos, o que inclui o histórico de casos de assédio moral e sexual sofrido por mulheres.

A Diretora de políticas sociais da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Rachel de Araújo Weber, fez um alerta de que 83% dos afastamentos médicos da categoria têm origem emocional. São casos como depressão, ansiedade e síndromes, como o burnout (quando há esgotamento físico, mental e emocional) e de pânico. 

Os dados coletados na pesquisa realizada com os profissionais do RN mostram que cerca de 70% dos bancários e bancárias entrevistados já foram expostos a eventos estressores; 90% sinalizaram a presença de desgaste emocional, sendo o trabalho um fator contributivo direto; para 50,1% os colegas estão adoecendo por causa do trabalho; e para 32,1% o trabalho produz sofrimento.

O Ministério da Saúde registrou entre 2007 e 2022 um total de 5.102.245 vínculos ativos de pessoas trabalhando em serviços bancários na Relação Anual de Informações Sociais (Rais). Nesse mesmo período, foram notificados 4.120 novos casos de doenças e agravos relacionados ao trabalho entre esses profissionais ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Do total registrado, 45,1% corresponde a acidentes de trabalho, 33,9% a casos de Lesão por Esforço Repetitivo e 17,4% a casos de transtorno mental relacionado ao trabalho.

Com informações da Agência Senado

As mais quentes do dia

Apoiar Saiba Mais

Pra quem deseja ajudar a fortalecer o debate público

QR Code

Ajude-nos a continuar produzindo jornalismo independente! Apoie com qualquer valor e faça parte dessa iniciativa.

Quero Apoiar

Este site utiliza cookies e solicita seus dados pessoais para melhorar sua experiência de navegação.