Dois novos vereadores tomam posse em Mossoró após cassações; veja

Dois novos vereadores tomarão posse nesta terça-feira (30) na Câmara Municipal de Mossoró. Tony Cabelos (Progressistas) e Ozaniel Mesquita (União) assumem após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassar os mandatos de Naldo Feitosa e Lamarque Oliveira por fraude à cota de gênero nas eleições de 2020 na nominata do Partido Social Cristão (PSC).

Na última sexta (26), foi realizada a retotalização dos votos referente e a nova contagem na 34ª Zona Eleitoral. 

A dupla já tem passagens anteriores pelo Legislativo mossoroense. Antônio José Costa e Silva, o Tony, tem 47 anos e disputou três eleições. A primeira foi em 2008, para vereador em Upanema, onde ficou como suplente pelo MDB. Em 2016, já pelo PSD, concorreu em Mossoró e foi eleito. Ao tentar a reeleição em 2020, já pelo PP, recebeu 2.219 votos e não obteve êxito.

No último pleito, não declarou publicamente seus votos nas redes sociais, mas sinalizou apoios a Rafael Motta (PSB) para senador e Luiz Eduardo (Solidariedade) para deputado estadual. Apenas o último saiu vencedor; Motta ficou em terceiro.

Com uma carreira política parecida, Mesquita concorreu pela primeira vez e venceu em 2016 pelo PR, mas quatro anos depois não obteve a reeleição ao disputar outro mandato pelo DEM, hoje União Brasil. Nesta eleição, de 2020, teve 1.460 votos.

Entre 2021 e 2022, por um curto período, Ozaniel esteve em um cargo de confiança na Prefeitura de Mossoró. 

Ele ficou dois meses na gerência da atenção básica do município e saiu em janeiro, em sua justificativa, por "falta de disponibilidade de tempo".

À época, garantiu à jornalista Carol Ribeiro que não houve abalo na relação com o prefeito Allyson Bezerra.

"Quero deixar claro que não houve rompimento nenhum com o prefeito. Vou continuar dando meu apoio na hora que ele precisar. Foi por opção que resolvi, por este momento, entregar o cargo", garantiu.

Mais ativo entre os dois novos vereadores, Ozaniel já estava de olho nas eleições de 2024 antes mesmo de retornar à Câmara.

Desde o ano passado, ele articula com outros políticos mossoroenses um “chapão” para a próxima eleição. As conversas já envolveram, em 2022, nomes como Petras Vinicius, Marrom Lanches, Gera Fogo e Flávio Tácito. 

Em janeiro deste ano, outra reunião, desta vez contando com presença - além de Ozaniel e Petras - dos ex-parlamentares Nicó Fernandes (Federação Cidadania-PSDB) e João Gentil (Rede).

Entenda

Ozaniel e Tony entram nos lugares de Naldo Feitosa e Lamarque Oliveira, eleitos pelo PSC e cassados em 16 de maio. No julgamento do TSE que indicou o fim dos mandatos, o ministro e relator Carlos Horbach afirmou que as provas indicaram “indícios suficientes de fraude” na nominata do PSC e por isso toda a chapa foi derrubada.

O último dia de Feitosa e Oliveira na Câmara foi em 24 de maio, quando o machismo marcou a despedida.

“Não é para ser obrigado mulher ser candidata; se ela quiser ser candidata vai ser”, afirmou Naldo no plenário. 

“Os homens estão pagando pelas mulheres. Estou pagando uma coisa que não é minha, a minha equipe, o meu povo, o meu sonho, o sonho de várias pessoas que estiveram com a gente. Se existe uma vítima nessa história, sou eu”, disse. 

Em menos de uma semana, Mossoró teve a perda de mandato de três parlamentares por fraude à cota de gênero. A primeira foi Larissa Rosado, depois que o TSE anulou por unanimidade todos os votos recebidos pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) nas eleições de 2020. Quem herdou o mandato de Larissa foi Marrom Lanches.