Justiça do RN determina perícia judicial nas obras da Ponte Velha  
Natal, RN 9 de mai 2024

Justiça do RN determina perícia judicial nas obras da Ponte Velha  

26 de março de 2024
4min
Justiça do RN determina perícia judicial nas obras da Ponte Velha  
Prefeitura e Dnit discordam sobre bloqueio de vias na ponte | Foto: reprodução/ STTU

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A Justiça Federal do Rio Grande do Norte negou o pedido da Prefeitura Municipal do Natal para que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) removesse o canteiro de obras de cima da Ponte Velha. Quem assinou a decisão foi Moniky Mayara Costa Fonseca , juíza da 5ª Vara Federal do RN nesta segunda-feira (25). 

A decisão determinou a realização de uma perícia judicial antecipada, que vai verificar a necessidade ou não da instalação do canteiro da obra em cima da ponte. O responsável por conduzir a avaliação técnica é Vinícius Leite Silveira, engenheiro civil e perito da Justiça Federal. 

Foi a Prefeitura de Natal quem moveu a Ação Civil Pública (ACP) contestando a interdição de um dos lados da ponte, por causa do canteiro de obras instalado pelo Dnit. O município alegou que a obstrução de uma via não é necessária e prejudica, ainda mais, aqueles que precisam utilizar a ponte diariamente. Segundo o município, o canteiro deve ser retirado da ponte e pelo menos uma das faixas obstruídas deve ser liberada para aliviar o trânsito no sentido Zona Norte/Centro. 

Já o Dnit, atual responsável pela obra, defende a necessidade da medida. O órgão argumentou que o trecho já estava com os desvios definidos pela Prefeitura, em razão de obras prévias na Avenida Felizardo Moura, e que a mudança do canteiro de obras para o local sugerido pelo município, localizada dentro de uma Área de Proteção Permanente (APP), exigiria uma série de medidas preliminares que acabariam por retardar a conclusão da obra. 

Enquanto impasse continua, moradores da Zona Norte são os mais afetados pelas obras 

As obras na Ponte do Igapó causam problemas para os moradores da Zona Norte desde setembro de 2022, quando foram iniciados os serviços. Um ano depois, o Departamento de Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) realizou uma nova interdição na estrutura, dessa vez, com o prazo de um ano e meio de duração. 

Francisca Regina mora no bairro Lagoa Azul e trabalha como costureira do outro lado da ponte. A primeira coisa que ela teve que fazer foi ajustar os horários para sair de casa. Como se não bastasse precisar sair mais cedo para chegar a tempo, o trânsito lento na ponte, que já dura mais de um ano, obrigou a costureira a sair de casa, no mínimo, duas horas antes do necessário. Regina sai de casa às 6:00 da manhã, para chegar no serviço às 8:00. Na volta para casa é a mesma coisa. 

“Todo dia é quase duas horas pra sair e chegar em casa. Juntando com a rotina de trabalho, no fim do dia estou exausta”, comentou. 

Trânsito lento na ponte velha | Foto: Leandro Juvino

Para Miguel Silva, a rotina é parecida. Ele mora no bairro Potengi e trabalha em uma loja no Alecrim. O jovem, que além de trabalhar também estuda, leva o dobro do tempo para chegar em casa. “Um percurso que era feito em 30 minutos, levo 1 hora. Algumas vezes chego em casa para assistir aula e já tenho perdido o início dela.”, fala. 

Fazer atividades físicas também ficou difícil para ele, que as vezes precisa fazer o percurso a pé para chegar mais cedo em casa. “Fazer atividade física agora se tornou algo raro de acontecer pois o tempo que eu tinha ‘livre’ para fazer, perco dentro do ônibus preso no engarrafamento. Fora as vezes que precisei descer do ônibus e ir andando pra tentar chegar no compromisso dentro do horário.”, desabafou. 

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