Mulherio das Letras faz leitura dos diários de Mércia Albuquerque
Natal, RN 9 de mai 2024

Mulherio das Letras faz leitura dos diários de Mércia Albuquerque

23 de março de 2024
3min
Mulherio das Letras faz leitura dos diários de Mércia Albuquerque

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Revisitar parte da história brasileira por meio da obra de Mércia Albuquerque, reconhecida como a maior advogada de presos políticos do Nordeste durante o período da Ditadura Civil Militar. É com este objetivo que o Clube de Leitura Mulheres Lendo Mulheres, organizado pelo Coletivo Feminista Literário Mulherio das Letras Zila Mamede, realiza uma leitura e discussão dos 'Diários 1973-1974 escritos por Mércia Albuquerque'. O encontro, aberto ao público, acontece neste sábado (23), no Mahalila Café e Livros, a partir das 16h30min.

Os diários, organizados pelo Centro de Direitos Humanos e Memória Popular, revelam os relatos e reflexões da advogada durante os anos de 1973 e 1974, período marcado pela intensificação da repressão política no país.

O evento acontece no contexto dos 60 anos do Golpe de 1964, que instalou a última e mais sangrenta ditadura militar no país. Relatório final da Comissão Nacional da Verdade reconhece 434 mortes e desaparecimentos e um número de mais de 20 mil pessoas torturadas.

A leitura contará com a presença da historiadora Jeane Fialho, pesquisadora sobre a Ditadura Civil Militar no Brasil. Para os organizadores, é fundamental lembrar essa "página infeliz da nossa história", especialmente para as novas gerações, a fim de evitar que episódios semelhantes se repitam no futuro.

Sobre Mércia Albuquerque

Mércia Albuquerque foi uma importante advogada de presos políticos, atuante no estado de Pernambuco. Formou-se na Faculdade de Direito do Recife, em 1961. Os dados ainda estão em fase de levantamento, mas estima-se que ela tenha defendido mais de 500 pessoas; sendo cerca de 10% do Rio Grande do Norte. Numa época em que ser advogado era difícil, encontrar um profissional disposto a defender preso político era ainda mais complicado. Imagine enfrentar todos esses desafios sendo uma mulher.

Foi em 1964, pelas ruas de Recife, quando coronéis do Exército arrastavam para a prisão o deputado constituinte de 1946, militante e dirigente comunista Gregório Bezerra, que a jovem advogada ao ver aquela cena, tomou uma decisão de vida e disse: “a partir de hoje, eu vou defender esse povo”.

Sobre o Clube de Leitura

O Mulheres Lendo Mulheres existe desde janeiro de 2020. É o primeiro clube de leitura criado dentro do Movimento Mulherio das Letras. Dedicado à leitura de obras escritas por mulheres, as reuniões são abertas ao público e, durante o ano de 2024, acontecem no Mahalila Café e Livros, sempre no ùltimo sábado de cada mês (exceto, quando há feriados), no horário das 16h30 às 18h30. Mais informações, através do e-mail: [email protected] .

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