RN registrou 4ª maior queda de nascimentos no Brasil em 2022
O Rio Grande do Norte foi o 4º estado do Brasil com maior redução no número de nascimentos em 2022, segundo levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgado nesta quarta (27).
No país, todas as regiões apresentaram queda no registro de nascimentos em 2022 em comparação com 2021. Porém, no Norte (-3,8%) e Nordeste (-6,7%) esse recuo ficou acima da média nacional (-3,5%). No Sudeste (-2,6%), Centro-Oeste (-1,6%) e Sul (-0,7%), a queda no número de nascidos foi mais suave.
A Paraíba foi o estado que apresentou a maior queda (-9,9%), seguida pelo Maranhão (-8,5%), Sergipe (-7,8%) e Rio Grande do Norte (-7,3%). Apenas os estados de Santa Catarina (2,0%) e Mato Grosso (1,8%) apresentaram aumento no número de registros de nascimentos.
Filhos mais tarde
O IBGE também confirma por meio dos números que as mulheres estão optando por ter filhos mais tarde. Embora a maioria ainda opte por ter filhos entre 20 a 29 anos (49,2%), essa tendência já foi maior em 2010 (53,1%).
A porcentagem de mulheres que optaram por ter filhos entre os 30 e 39 anos passou de 26,1% em 2010 para 33,8% em 2021 e para 34,5% em 2022.
Óbito Fetal
Entre 2021 e 2022 houve queda no número de óbitos fetais em todas as regiões do país. Porém, as menores reduções foram registradas no Nordeste (-9,3%) e as maiores no Centro-Oeste (-21,7%) e Norte (-21,1%).
Os estados do Piauí (-6,3%), Bahia (-6,9%), Paraíba (-6,9%), Alagoas (-7,2%) e Rio Grande do Norte (-8,8%) tiveram os menores recuos. Apesar dos números considerados altos, o RN vem apresentando queda no número de óbitos fetais ao longo do tempo, foram 385 casos em 2019, 319 em 2020, 344 em 2021, 310 em 2022 e 273 em 2023.
Uma das principais causas do óbito fetal é a hipertensão materna, que pode ser prevenida através do pré-natal.
“A hipertensão materna pode ocorrer tanto em mulheres que já possuem pressão alta antes da gravidez, quanto naquelas que desenvolvem durante a gravidez, que é o que a gente chama de pré-eclâmpsia. O que a gente pode fazer para cuidar melhor dessas mulheres e bebês é oferecer um pré-natal de qualidade. Hoje temos algumas medicações para prevenir alguns problemas que essa hipertensão materna causa no bebê, como insuficiência da placenta e baixo peso, não levando a um óbito fetal”, esclarece a médica Maria da Guia de Medeiros Garcia, diretora técnica da Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC-UFRN-Ebserh).