PF mira financiador dos atos golpistas no RN
Natal, RN 2 de mai 2024

PF mira financiador dos atos golpistas no RN

16 de abril de 2024
0min
PF mira financiador dos atos golpistas no RN
Foto: Ed Alves/Correio Braziliense

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A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (16) a 26ª fase da Operação Lesa Pátria, com o objetivo de identificar pessoas que financiaram, fomentaram e promoveram os atos golpistas do 8 de janeiro em Brasília (DF). Ao todo, foram expedidos 18 mandados judiciais de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), sendo um no Rio Grande do Norte.

Os outros estados envolvidos na investigação são Santa Catarina (1); Pará (4); São Paulo (1); Minas Gerais (3); Espirito Santo (4); Tocantins (1) e Mato Grosso do Sul (3).

Nenhuma identidade foi divulgada oficialmente, mas o publicitário paulista Rafael Moreno Souza Santos — que mora em Natal — se identificou nas redes sociais como o alvo do inquérito no RN. Ele disse no X (antigo Twitter) que às 6h, depois de quatro anos, acordou novamente com a Polícia Federal na sua casa.

Em novembro do ano passado, a Agência Saiba Mais mostrou que o publicitário se gabava de “fugir” do STF. Em 2022, durante os últimos dias de Jair Bolsonaro (PL) na presidência, Santos manteve um financiamento coletivo para um protesto na posse de Lula (PT). O publicitário foi um dos citados no relatório final da CPMI dos atos golpistas, apresentado em outubro pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA).

Moreno se notabilizou como membro do Movimento Brasil Monarquista e da Confederação Monárquica do Brasil. Ele já é conhecido dos órgãos judiciários. Em maio de 2020, foi um dos alvos de busca e apreensão da Polícia Federal (PF) no âmbito do inquérito das fake news. Ao lado de Roberto Jefferson, Luciano Hang e outros, era um dos investigados por produção de informações falsas e ameaças à Corte.

Já em julho daquele ano, o ministro Alexandre de Moraes determinou que as contas de Moreno no Twitter, e a de outros influenciadores, empresários e políticos bolsonaristas, fossem tiradas do ar internacionalmente.
SAIBA MAIS:Financiador de atos golpistas mora em Natal e se gaba de “fugir” do STF

Segundo a PF, foi determinada a indisponibilidade de bens, ativos e valores dos investigados. Apura-se que os valores dos danos causados ao patrimônio público possam chegar à cifra de R$ 40 milhões.

Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

Em 8 de janeiro de 2023, o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal foram invadidos por extremistas apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que promoveram violência e dano generalizado contra os imóveis, móveis e objetos das instituições.

Ao todo, mais de duas mil pessoas foram presas por participação ou envolvimento nos ataques, entre pessoas presas no próprio 8 de janeiro em meio aos prédios ou no dia seguinte em frente ao quartel-general do Exército em Brasília.

Entre os nomes do Rio Grande do Norte, ao menos oito potiguares foram presos. Este número já chegou a 10, mas depois sofreu alterações após a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF) retificar os locais de origem dos presos. Veja abaixo:

CLEODON OLIVEIRA COSTA

ANTONIO FIDELIS DA SILVA FILHO 

DAYWYDY DA SILVA FIRMINO 

MAXWELL GUEDES DE ARAUJO 

FRANCISCA IVANI GOMES 

FRANCISCO OLIVEIRA GERMANO 

JANE KEL PINHEIRO BORGES 

THIAGO DE LIMA PINHEIRO 

Dentro desta lista, ao menos um já foi condenado pelo STF: Cleodon Oliveira Costa, de 61 anos, recebeu em fevereiro uma pena de 13 anos e seis meses, sendo 12 anos de reclusão e um ano e seis meses de detenção. O potiguar tirou fotos durante a invasão à Praça dos Três Poderes e ainda se feriu, tendo deixado vestígios de DNA em um lenço com sangue e em um boné.

Costa foi preso em flagrante pela Polícia Militar do Distrito Federal no interior do Palácio do Planalto, no instante em que ocorriam as depredações golpistas. Com ele, foi apreendido um celular contendo vídeos e imagens comprometedoras.

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