O ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux determinou a suspensão das investigações sobre as movimentações financeiras suspeitas de Fabrício Queiroz, motorista da família Bolsonaro e que até outubro do ano passado figurava na lista de servidores do mandato do deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSC). O pedido foi feito pela defesa de Flávio que assumirá uma vaga no Senado Federal a partir de 1º de fevereiro. A decisão tem efeito de liminar.
Flávio Bolsonaro argumentou que deveria ser processado no STF em razão do mandato de senador da República, que assumirá nos próximos dias e, por isso, terá foro privilegiado. No entanto, um entendimento do próprio Supremo aprovado em 2018 determina que só ficam no STF os processos ocorridos no exercício do mandato parlamentar e que tem relação com a função, o que não é o caso de Flávio Bolsonaro.
Luiz Fux determinou que o relator sorteado do processo no STF, ministro Marco Aurélio de Mello, decida em que foro o caso deve prosseguir.
Semana passada, Flávio Bolsonaro se recusou pela terceira vez a prestar depoimento no Ministério Público Estadual.
De acordo com o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), órgão ligado à Receita Federal, Fabrício José Carlos de Queiroz movimentou aproximadamente R$ 1,2 milhão entre 1º de janeiro de 2016 e 31 de janeiro de 2017, o que chamou a atenção dos fiscais. Ele é servidor da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e tem renda mensal de R$ 23 mil. Outro fato que chamou a atenção da Receita Federal é que os saques realizados pelo ex-auxiliar de Flávio Bolsonaro ocorriam, geralmente, nos dias seguintes aos depósitos realizados na conta dele, o que segundo especialistas configuraria uma conta de passagem de dinheiro. Um dos cheques suspeitos, no valor de R$ 24 mil, foi depositado por Queiroz na conta da primeira dama Michelle Bolsonaro.
Queiroz não prestou depoimento ao Ministério Público, alegando motivos de doença, mas apareceu ao vivo em entrevista ao SBT. Questionado sobre a movimentação financeira fora do comum para os padrões dele, o motorista da família Bolsonaro justificou dizendo que os recursos eram oriundos da atividade de compra e venda de carros.
Recentemente, em vídeo viralizado na internet, Queiroz apareceu dançando no quarto do hospital Albert Einstein, em São Paulo.