Embaixada da Venezuela em Brasília é invadida por apoiadores de Guaidó
A Embaixada da Venezuela em Brasília foi invadida na manhã desta quarta-feira (13) por um grupo de pessoas, entre brasileiros e venezuelanos, que se dizem apoiadores de Juan Guaidó, um dos líderes da oposição naquele país. Os invasores também disseram que estão respaldados pelo Itamaraty e pelo governo Bolsonaro.
O encarregado de negócios da Venezuela divulgou áudio em que pede ajuda dos movimentos sociais e dos partidos políticos. “O território venezuelano está sendo invadido”, disse, em áudio divulgado pela rede social
A partir desta quarta-feira (13), Brasília sedia o encontro do BRICs e receberá os líderes de Rússia, Índia, China e África do Sul. Na pauta estão as situações de países como Bolívia, Venezuela, protestos e Hong Kong e mudanças climáticas. O encontro segue até quinta-feira (14).
Milícia
Cerca de 30 representantes de partidos progressistas e movimentos sociais conseguiram entrar no local. O deputado federal Paulo Pimenta (PT/RS) divulgou áudio de dentro da embaixada explicando a situação e chamou os invasores de “milícia contratada para realizar esta invasão”:
- A embaixada foi sitiada por um grupo de brasileiros e venezuelanos durante a madrugada. Há indícios de que a polícia do Distrito Federal ou mesmo o Itamaraty de alguma maneira tenha protegido a ação dos golpistas e tentaram tomar a força esse espaço onde funciona a embaixada da Venezuela e local de residência dos funcionários do corpo diplomático. Aqui tem crianças e a maioria são mulheres. A impressão que nós temos é que uma parte desses invasores são lutadores de academia contratados. Estão todos uniformizados. Não se trata de uma representação civil. É uma milícia contratada para realizar essa invasão. Situação muito delicada que revela a vontade de provocar um confronto durante a realização dos Brics no Brasil.
Em nota emitida na manhã desta quarta-feira (13), Maria Teresa Belandria Expósito, que foi designada como “embaixadora” pelo autoproclamado presidente Juan Guaidó, que é reconhecido pelo governo Jair Bolsonaro, emitiu nota dizendo que funcionários da embaixada teriam aberto as portas para “entregar voluntariamente a sede diplomática a representação legitimamente reconhecida pelo Brasil”.
“Ao ingressar a sede, podemos verficar que um grupo de funcionários morava na residência oficial, contígua a seção administrativa. Foi notificada a ação de seus companheiros e, imediatamente, foram convidados a incorporar-se ao trabalho na embaixada, como garantido nos seus direitos de trabalho. Finalmente, comunicamos a nossa disposição em mediar junto às autoridades brasileiras caso decidam abandonar o país”, diz a nota, que diz que convoca todos os funcionários das embaixadas brasileiras a obedeceram a Guaidó.
Pelas redes sociais, a deputada federal Erika Kokay diz que o caso pode desencadear uma crise diplomática com o país vizinho. “No dia do encontro da Cúpula dos BRICs, com presença da China e da Rússia, grupelhos fascistas invadem a embaixada da Venezuela, em Brasília. O ato criminoso pode desencadear uma crise diplomática sem precedentes”.