Revista O Galo volta a "circular" rendendo homenagem a ex-editor Carlos de Souza
A Fundação José Augusto volta a editar a revista O Galo depois de três anos, agora em formato virtual. E já na reestreia, uma homenagem ao jornalista Carlos de Souza, editor da revista entre 2015 e 2017. Carlão, como era carinhosamente conhecido entre os amigos, morreu em agosto de 2019 deixando um legado na literatura e no jornalismo potiguar.
A condução de O Galo terá a batuta do jornalista e também escritor Cefas Carvalho. A 5ª edição estará disponível a partir das 8h deste sábado, no site da FJA:
- Carlão foi o editor das dias edições anteriores, entre 2015 e 2017, e sua partida nos levou a desejar, além de celebrar as datas literárias, registrar a importância do trabalho e da obra de Carlão. Além do editorial falar sobre isso, a revista tem o privilégio de ter um texto inédito e intenso do jornalista Alex de Souza, filho de Carlão, sobre o pai, em todas as suas nuances”, destaca Cefas Carvalho.
Segundo ele, a revista foi produzida no final do ano passado, como celebração de diversas datas literárias marcantes envolvendo nomes da literatura potiguar, a exemplo de Zila Mamede, Oswaldo Lamartine, Antônio Francisco, entre outros artistas.
- Mas questões internas adiaram o lançamento para março quando justamente veio à pandemia, obrigando o Governo e rever prioridades e ações, o que é totalmente compreensível”, pontuou.
Além da homenagem a Carlão, a revista traz uma entrevista especial com a poeta Iracema Macedo, que fala sobre vida, literatura e conjuntura nacional. As reportagens serão assinadas pelos jornalistas Caio Cesar Muniz e Bethise Cabral. Uma delas celebra os 70 anos do poeta Antônio Francisco.
Sobre o lançamento da revista 100% virtual e durante a pandemia, Carvalho acredita que o conteúdo vai deixar os leitores satisfeitos:
- Acredito que este lançamento virtual vai satisfazer quem procura conhecimento sobre a cultura norte-riograndense e os nomes que a fazem. Esta edição contempla desde nomes consagrados (como Manoel Onofre, Vicente Serejo, Humberto Hermenegildo) escrevendo sobre os ícones literários como também contos e poesias de nomes novos na literatura potiguar, a exemplo de Ada Lima, Ana Cláudia Trigueiro, Theo Alves, entre outros escritores”, disse.
Carlos de Souza
Natural do município de Areia Branca, Carlão era respeitado no segmento literário e jornalístico potiguar. Trabalhou nos jornais A República, Diário de Natal (repórter e editor de cultura) e Tribuna do Norte (repórter, editor, colunista e crítico literário). Posteriormente foi o editor da Revista O Galo.
Como escritor, lançou os livros “Crônica da Banalidade” (1988) e “Cachorro Magro” (1999), que ganhou o prêmio Othoniel Menezes de Poesia. Também foi autor do espetáculo “É tudo fogo de palha’, sobre o nascimento do teatro em Natal, e do romance “Cidade dos Reis”. Foi com a obra de contos “Urbi’” (2015) que Carlão atingiu o momento culminante na sua carreira como ficcionista.