“Falar em superfaturamento é muito prematuro”, diz George Antunes sobre operação que apura desvios na compra de respiradores
Embora a prefeitura de Natal não tenha se manifestado oficialmente sobre a operação “Rebotalho”, que investiga compra superfaturada de respiradores para pacientes covid-19 de qualidade duvidosa pela secretaria municipal de Saúde, o titular da pasta George Antunes conversou com jornalistas logo que chegou a sede da SMS.
Ele disse que precisava se inteirar sobre a investigação conjunta que envolve a Polícia Federal, Controladoria-geral da União e Ministério Público Federal. Segundo as investigações, o prejuízo aos cofres públicos municipais chega a R$ 1,4 milhão.
Ainda assim, Antunes comentou que “é muito prematuro” se falar em superfaturamento sob a justificativa de que em uma pandemia há preços diferentes para um mesmo produto:
- Em situação de pandemia se falar em superfaturamento... haviam preços dos mais variados possíveis. Se falar em superfaturamento é muito prematuro. Não tem como comparar preços. Você compra medicamentos de R$ 20, R$ 300, R$ 150... o mesmo medicamento. Primeiro você tem que encontrar no mercado. Não é prudente falar em superfaturamento”, declarou.
Também de acordo com investigações preliminares da PF e órgãos de controle, parte dos respiradores adquiridos pela SMS para o hospital de Campanha de Natal não tinham qualidade. Havia equipamentos com até 15 anos de uso e que já haviam sido descartados por outros estados. Sobre essa informação divulgada pela PF, o secretário de Saúde afirmou que “acho muito pouco provável que nossa equipe tenha recebido equipamentos sem condições de uso”, disse.
Constrangido, Antunes disse que era a primeira vez que enfrentava situação semelhante:
- Eu não posso dizer nada ainda porque primeiro eu tenho que conversar com eles (policiais). Quais foram as irregulares apontadas, indícios que trouxeram eles a executar essa operação. É a primeira vez que eu presencio uma situação dessa”, afirmou.