Em dia de “aplaudaço” pelo Dia Mundial da Saúde, profissionais denunciam precariedades para lidar com pandemia
Natal, RN 3 de mai 2024

Em dia de "aplaudaço" pelo Dia Mundial da Saúde, profissionais denunciam precariedades para lidar com pandemia

7 de abril de 2020
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Nesta terça-feira (7), em que se comemora o Dia Mundial da Saúde, as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, além do Conselho Nacional da Saúde realizarão uma ação de aplausos e “barulhaços” nas janelas de todo o país para homenagear os profissionais da saúde e exigir mais recursos para o Sistema Único de Saúde (SUS).

'Aplaudaço' é iniciativa de movimentos populares para homenagear profissionais de saúde

As manifestações do tipo ocorrem diariamente nas janelas das cidades do Brasil contra o governo de Jair Bolsonaro desde o dia 17 de março, quando foi realizada a convocatória geral para a greve dos profissionais da saúde e da educação em defesa das instituições públicas, ocorrida no dia 18 do mesmo mês.

No Rio Grande do Norte, os profissionais que atuam na linha de frente do combate ao coronavírus e atendem aos demais serviços de saúde para a população, denunciam que apesar das demonstrações populares de apoio, são inúmeros os problemas enfrentados, entre falta de recursos, pessoal e equipamentos de proteção individual para lidar com as pessoas que chegam as unidades de saúde em busca de atendimento e apresentando sintomas de infecção.

"Hoje é o dia mundial da saúde e nós estamos vivenciando uma pandemia com a falta de EPI's. Na minha unidade, nós temos 25 máscaras para passar uma semana, é inadmissível que um profissional trabalhe nessas condições, com quantitativo de proteção reduzido e fracionado. Nós não queremos ser portadores da Covid-19, nós queremos ser promotores da saúde e estamos agoniados por ter o risco de levar doença aos nossos familiares e pessoas que cuidamos", desabafa Kelly Jane, diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do RN e técnica de enfermagem da UPA do bairro Cidade Satélite.

No estado, com a dificuldade de aquisição dos Equipamentos de Proteção Individual, oficinas de costura no interior do RN vão produzir 7 milhões de máscaras para proteção contra Covid-19, em parceria com o Governo.

A realidade apontada por Kelly, mostra um fato já publicizado pela Secretaria Estadual de Saúde Pública. De acordo com o boletim epidemiológico divulgado em 1° de abril, 37% dos pacientes infectados pelo coronavírus no estado eram profissionais da saúde. Na ocasião o estado tinha 92 casos confirmados e os boletins seguintes não atualizaram a informação. Até esta terça-feira, 254 casos da doença estão confirmados.

Funcionário do Hospital Regional de Macaíba, José Antônio também alerta para o risco de contágio no exercício da profissão. "Materiais de proteção servem para fazermos o atendimento adequado neste momento de pandemia. Nós estamos expostos ao vírus e mesmo assim não nos negamos a trabalhar, mas, não podemos trabalhar desprotegidos", disse.

Coronavírus no Brasil

As secretarias estaduais de Saúde divulgaram, até as 18h40 desta terça-feira (7), 14.018 casos confirmados do novo coronavírus (Sars-Cov-2) no Brasil, com 686 mortes pela Covid-19. O último balanço do Ministério da Saúde, divulgado na tarde desta terça-feira (7), aponta 13.727 casos confirmados e 667 mortes.

Nesta segunda-feira (6), depois de um dia inteiro pendurado no cargo, Luiz Henrique Mandetta, ministro da Saúde, comunicou que continuará no comando do Ministério da Saúde, mas manteve o tom crítico ao governo de Jair Bolsonaro (sem partido).

“Gostamos da crítica construtiva, o que temos muita dificuldade, é quando em determinadas situações, a crítica não vem no sentido de construir, mas para trazer dificuldade no ambiente de trabalho. Isso, eu não preciso traduzir, vocês sabem exatamente do que estou falando. O Ministério da Saúde toma uma decisão e tem que voltar atrás”, desabafou o ministro durante coletiva de imprensa.

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