Artistas de São Gonçalo reclamam do silêncio da prefeitura e cobram políticas para sobreviver durante pandemia
Natal, RN 18 de mai 2024

Artistas de São Gonçalo reclamam do silêncio da prefeitura e cobram políticas para sobreviver durante pandemia

7 de maio de 2020
Artistas de São Gonçalo reclamam do silêncio da prefeitura e cobram políticas para sobreviver durante pandemia

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Eventos culturais, shows, apresentações e festas estão suspensas para evitar aglomerações em razão da pandemia do coronavírus. Os cancelamentos têm refletido no bolso de artistas do país, que tem nessas ocasiões sua única fonte de renda, já tão desvalorizada.

Em quase dois meses de restrições, o segmento artístico sofre a cada dia os efeitos da pandemia. Em São Gonçalo do Amarante, município da Região Metropolitana de Natal, o Fórum de Cultura da cidade tem reivindicado à prefeitura que destine recursos aos artistas locais afetados.

De acordo com o mestre do grupo Congos de Combate, Gláucio Teixeira, apesar do Fórum não ter ainda uma estimativa exata de quantos artistas estão em situação de vulnerabilidade, é revoltante que a gestão municipal não tenha qualquer projeto para a área.

“Nós temos direito ao fundo municipal de cultura, e já foi demandado anteriormente que houvesse um censo cultural para que esse recurso seja disponibilizado com recursos para os artistas através de editais de fomento. Sugerimos também que o Conselho Municipal de Cultura faça contato com esse público através de um formulário eletrônico para mapear a situação”, disse.

De acordo com o Fórum Permanente de Cultura de São Gonçalo do Amarante, o Fundo Municipal de Cultura tem um montante correspondente a 2% da receita anual do ISS e também equivalente a 3% da receita anual do IPTU.

Os recursos são estabelecidos pela lei 1.411, de 24 de janeiro de 2014, vinculado à Fundação Cultural Dona Militana e regulamentado pelo prefeito Paulo Emídio em janeiro de 2017.

Além do mapeamento dos trabalhadores da cultura de São Gonçalo, o Fórum reivindica ainda que seja utilizada uma  porcentagem do Fundo Municipal de Cultura para criação de um edital emergencial simplificado que possa selecionar artistas de todas as áreas artístico-culturais do município, que vivam exclusivamente de sua arte, sem vinculo empregatício ou cargo comissionado com a gestão.

“Propomos que os artistas sejam beneficiados, a fim de produzirem e difundirem seus contos, causos, cordel, música, dança, teatro, poesia, e congêneres em meios digitais, eletrônicos e/ou impressos, online e/ou offline, nas mais diversas plataformas e suportes disponíveis, a exemplo de vídeos, áudios eletrônicos, CDs, DVDs, materiais gráficos (como livros, e-books, livretos, cartilhas, folders, roteiros, inventários etc). Respeitando as regras de isolamento social, e que não se configurem em atividades com mais de três pessoas”, reivindicam em nota divulgada pelo Fórum.

De acordo com a assessora de comunicação do Fórum de Cultura, Lucélia Bezerra, muitos trabalhadores da cultura estão fazendo lives, pedindo doações através de campanhas de arrecadação e essa situação poderia ser melhor resolvida caso as reivindicações fossem atendidas.

“Com a incerteza de quando iremos voltar a realizar nossas atividades para o público presente os artistas cobram um posicionamento do poder público que até o momento não se pronunciou em relação às cobranças feitas pelo setor. Tudo isso poderia ser melhor resolvido e identificado pela gestão municipal, mas falta equipe técnica especializada para análise e situação dos artistas e da cultura local. Não existe efetivada uma política pública de cultura, setor na Fundação que trate de questões emergenciais, de supervisão e elaboração de projetos, e em uma situação como esta que se apresenta urgentemente, revela a fragilidade e necessidades de um olhar mais criterioso para esta área”, relata.

O município de São Gonçalo do Amarante é conhecido por um múltiplo patrimônio cultural e considerado como ‘’Berço da Cultura Popular Potiguar’’. Manifestações Folclóricas como os Congos de Combate, Boi Calemba Pintadinho, Pastoril e Bambelô são alguns dos exemplos da cultura popular do município.

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