Fraude na venda de respiradores para o Consórcio Nordeste leva três suspeitos para a cadeia
Natal, RN 19 de mai 2024

Fraude na venda de respiradores para o Consórcio Nordeste leva três suspeitos para a cadeia

1 de junho de 2020
Fraude na venda de respiradores para o Consórcio Nordeste leva três suspeitos para a cadeia

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Os nove estados nordestinos deveriam começar a receber, ainda no mês de maio, 300 respiradores, que seriam usados por pacientes da Covid-19. No entanto, a empresa Hempcare, que fez negócio com o Consórcio Nordeste, faturou R$ 48 milhões dos cofres públicos pela venda desses produtos e não fez a entrega dos aparelhos.

Desses R$ 48 milhões, R$ 4,6 milhões foram adiantados pelo Governo do Rio Grande do Norte, cerca de dois meses atrás, para a aquisição dos aparelhos respiradores.

Três pessoas ligadas a essas fraudes foram presas nesta segunda-feira em uma operação coordenada pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia, entre elas Cristiana Prestes Taddeo, CEO da empresa Hempcare Pharma, e Luiz Henrique Ramos Jovino, sócio. Duas foram detidas em Brasília e outra no Rio de Janeiro. Todas serão levadas para Salvador. O secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa, esclarece que agora a meta é recuperar o prejuízo.

Além das prisões, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão na capital baiana, em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Mais de 150 contas bancárias vinculadas à quadrilha foram bloqueadas. Segundo as investigações, a companhia que se apresentava como revendedora dos aparelhos não tinha vínculo com nenhuma fábrica chinesa de respiradores.

Como justificativa para não entregar os equipamentos aos estados nordestinos, a empresa Hempcare Pharma afirmou ter percebido problemas nos aparelhos chineses. Então, resolveu contratar os serviços de uma outra empresa. O Consórcio Nordeste recusou esta troca.

Em coletiva de imprensa, o secretário estadual de Segurança Pública da Bahia Maurício Barbosa explicou que o contrato entre a Hempcare e a empresa chinesa era fraudulento.

"A empresa que a contratada alegava ser a fabricante chinesa de respiradores era, na verdade, uma empresa da construção civil, de acordo com a embaixada do país asiático”, revelou.

Além do Consórcio Nordeste, a empresa Hempcare  tentou fechar negócios em outras partes do país, entre eles, com os Hospitais de Campanha e de Base do Exército, ambos em Brasília.

Ainda na semana passada, o Consórcio Nordeste instaurou processo administrativo para apurar todas as irregularidades. A empresa suspeita das fraudes informou que decidiu devolver os mais de R$ 48 milhões nos próximos dias.

Ragnarok

Batizada de Ragnarok, a operação policial efetuou prisões no Distrito Federal e Rio de Janeiro. Em Salvador, o edifício TK Tower foi alvo da polícia.

O inquérito foi aberto pela Polícia Civil baiana após o secretário-executivo do consórcio, Carlos Gabas, denunciar que a revendedora não estava cumprindo os prazos para entrega dos ventiladores, que seriam importados da China. Conforme o contrato, o primeiro lote, com 150 respiradores, deveria ter sido repassado aos estados em 18 de abril, e o segundo, com a outra metade, em 23 de abril.

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