Greve dos Correios fecha mais de 90 agências no RN após ataque a quase 80 cláusulas trabalhistas
Natal, RN 13 de mai 2024

Greve dos Correios fecha mais de 90 agências no RN após ataque a quase 80 cláusulas trabalhistas

19 de agosto de 2020
Greve dos Correios fecha mais de 90 agências no RN após ataque a quase 80 cláusulas trabalhistas

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Os trabalhadores e trabalhadoras dos Correios no Rio Grande do Norte fecharam 90 agências no Estado e quase 100 abriram com a capacidade reduzida de funcionários no primeiro dia de greve. O balaço foi divulgado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios no início da noite de terça-feira (18). A categoria decidiu pela paralisação por tempo indeterminado em razão dos ataques do governo Bolsonaro aos direitos conquistados pelos trabalhadores, além da ameaça cada vez mais forte de privatização da Empresa. A greve é nacional.

No Rio Grande do Norte, funcionários em cargos de gerência e até aposentados aderiram em razão do forte impacto do ataque aos trabalhadores da Empresa. Uma nova mobilização já foi confirmada para sexta-feira (21) em Natal. Manifestações estão sendo realizadas em Natal, Mossoró, Caicó e Pau dos Ferros.

De acordo com o presidente do Sintect-RN, Edilson Silva, quase 80 cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho foram reduzidas ou extintas pela Empresa, entre elas direitos básicos como auxílio-alimentação e licença maternidade, garantia constitucional:

“Quanto mais duro o ataque, mais forte é a resposta da categoria: em números, essa já é a nossa maior greve. Não vamos aceitar o desmonte dos nossos direitos históricos pelo governo Bolsonaro e o General Peixoto. Queremos negociar. Ou ele senta para ouvir os trabalhadores ou a greve vai continuar”, diz Silva.

Além de impactos sociais, a retirada dos direitos também afeta financeiramente os trabalhadores do Rio Grande do Norte, que já recebem os salários mais baixos entre todas as estatais do país.

Privatização dos Correios foi acelerada com chegada de Fábio Faria ao governo Bolsonaro

Desejo antigo do governo Bolsonaro, o processo de privatização dos Correios foi acelerado com a chegada do deputado federal Fábio Faria (PSD) ao ministério das Comunicações, em junho. A pasta é quem está com a missão de levar o projeto adiante.

De acordo com o jornal Correio Braziliense desta quarta-feira (19), o Governo Federal pretende enviar nas próximas semanas para o Congresso Nacional o projeto de lei que abre caminho para a privatização da Empresa.

A proposta vai sugerir o fim do monopólio estatal sobre o serviço postal e está sendo preparado pelo Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do Ministério da Economia e pelo Ministério das Comunicações.

Os trabalhadores em greve também lutam contra a entrega dos Correios à iniciativa privada, já que “a venda significa a perda de um patrimônio nacional e o fim da capacidade da estatal em atuar de forma capilar e social em todo país”, avalia o presidente da entidade.

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