Caso Gabriel: Morte de jovem do Guarapes completa três anos com PMs acusados em liberdade
Natal, RN 13 de mai 2024

Caso Gabriel: Morte de jovem do Guarapes completa três anos com PMs acusados em liberdade

5 de junho de 2023
Caso Gabriel: Morte de jovem do Guarapes completa três anos com PMs acusados em liberdade

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Três anos depois do sequestro e assassinato do jovem Giovanne Gabriel de Souza Gomes, de 18 anos, os policiais militares acusados pela morte do adolescente continuam soltos.

Nesta segunda-feira (5), completam-se três anos desde que Gabriel, morador do bairro Guarapes, zona Oeste de Natal, foi visto pela última vez quando saiu para visitar a namorada. O corpo do adolescente só foi encontrado nove dias depois, em avançado estado de decomposição, em São José de Mipibu.

Os acusados pelos crimes de homicídio qualificado, sequestro e ocultação de cadáver são Paullinelle Sidney Campos Silva, Bertoni Vieira Alves, Valdemi Almeida de Andrade e Anderson Adjan Barbosa de Sousa, todos da PM. Os quatro devem ir a júri popular, mas enquanto isso respondem em liberdade.

Paullinelle, que era sargento no 8º Batalhão de Polícia Militar de Goianinha, ficou preso de outubro de 2020 a março de 2022, quando conseguiu um habeas corpus para aguardar o julgamento fora da cadeia. 

À época, os desembargadores do Tribunal de Justiça (TJRN) decidiram, por meio de um acórdão, atender ao pedido da defesa do acusado que alegou, entre outras coisas, que seu cliente não oferecia risco à sociedade.

A decisão abriu precedente para que os outros três militares também conseguissem a soltura em abril de 2022. Assim, Bertoni, Valdemi e Anderson saíram da prisão.

Relembre o caso

Na manhã do dia 5 de junho de 2020, Giovanni Gabriel tinha chegado no Loteamento Cidade Campestre, em Parnamirim, para visitar a namorada. Como o relacionamento não era aprovado pelo pai da garota, Gabriel só a visitava quando os parentes não estavam em casa. Ele costumava esconder a bicicleta numa área próxima à casa para evitar maiores problemas.

Nessa mesma manhã, policiais foram acionados após o roubo de um carro em Parnamirim. O veículo pertencia à cunhada de Paullinelle Sidney Campos Silva, sargento da polícia militar que acionou outros três agentes, todos eles lotados no município de Goianinha, para buscas do veículo e responsável pelo roubo.  O grupo deslocou-se, inclusive, para uma área fora de sua guarnição à procura do veículo.

Foi assim que Bertoni Vieira Alves, Valdemi Almeida de Andrade e Anderson Adjan Barbosa de Souza chegaram a Gabriel. O veículo foi encontrado próximo ao local onde o jovem tinha deixado a bicicleta e o rapaz acabou sendo confundido com o responsável pelo roubo do veículo.

Durante as buscas, policiais abordaram Gabriel, que explicou que estava indo visitar a namorada. Os PMs checaram a veracidade da história dele, liberando-o logo em seguida.

No entanto, ao sair de onde estava, Gabriel foi visto por moradores da região que avisaram a uma outra viatura da PM. Ele foi novamente abordado e chegou a avisar aos policiais que já tinha sido abordado por outra viatura. Mesmo assim, foi colocado dentro da mala do veículo. Essa foi a última vez que Gabriel foi visto com vida.

De acordo com as investigações da Polícia Civil, Gabriel foi executado a tiros pelos policiais que deixaram o corpo do jovem em São José de Mipibu, distante 30 km de Natal e 20 km de Parnamirim. 

O cadáver de Giovani Gabriel só foi encontrado em 14 de junho, depois das buscas realizadas por amigos e familiares do jovem. Gabriel sonhava em ser professor de educação física e servir ao Exército.

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