Torneio voltado para meninas promove inclusão e diversidade na Física
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Torneio voltado para meninas promove inclusão e diversidade na Física

29 de outubro de 2023
5min
Torneio voltado para meninas promove inclusão e diversidade na Física
Foto: Jana Sá

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Tornar a Ciência mais inclusiva e diversificada. Foi com este objetivo que o Instituto Internacional de Física (IIF/UFRN), em parceria com o Instituto Federal do Pará (IFPA), Instituto Federal do Ceará (IFCE) e Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), realizou o primeiro Torneio de Física para Meninas (TFM). A iniciativa integra o esforço em direção à igualdade de gênero nas olimpíadas científicas e premiou, no último sábado (28), 155 estudantes mulheres de 18 estados do país, com destaque para o Ceará, com 30 premiações. O Rio Grande do Norte teve 2 estudantes medalhistas.

O professor Klaus Capelle, responsável pelas atividades educacionais do IIF, explica que o Brasil, assim como muitos países europeus, testemunha uma representação desigual de meninas nessas competições, “apesar de seu potencial”. Ele avalia que a disparidade nas realizações acadêmicas e emocionais entre meninas e meninos na adolescência é uma das razões que contribui para essa desigualdade.

Compreendendo a necessidade de criar uma plataforma inclusiva para meninas, o Torneio de Física exclusivo para as meninas foi desenvolvido pelo IIF.  “O objetivo não é criar uma divisão de gênero, mas sim abrir novas portas para as jovens”, afirma Klaus Capelle.

Professor Klaus Capelle, responsável pelas atividades educacionais do IIF | Foto: Jana Sá

A primeira edição deste novo tipo de torneio atraiu a participação de mais de 1.700 alunas de todo o Brasil. Com duas fases de prova, a primeira ocorreu de forma virtual com a aplicação de uma avaliação objetiva com 15 questões através da plataforma Olimpo do IFCE, que abriga diversas outras olimpíadas científicas.

Já na segunda fase, as 440 aprovadas na primeira etapa responderam à uma prova dissertativa com 5 questões sobre temas diversos da área de Física. A aplicação ocorreu de forma presencial em mais de 90 sedes de aplicação espalhados por todo o país.

As alunas que se destacarem nas últimas fases terão a oportunidade de competir com estudantes de todos os gêneros nas olimpíadas nacionais. “Muitas alunas de escolas públicas participaram, um sinal de que o acesso a essas oportunidades foi ampliado”, avalia o professor Fernando Wellysson, coordenador acadêmico.

Professor Fernando Wellysson, coordenador acadêmico | Foto: Jana Sá

Para o professor Fernando, a iniciativa é uma resposta ao desejo de criar um ambiente onde talentos excepcionais possam florescer e se destacar, independentemente do gênero. “Mostra o compromisso em tornar a ciência mais inclusiva e diversificada”, ressalta.

De acordo com Maria Luiza Miguez, coordenadora geral do evento, as expectativas para a primeira edição da competição foram superadas “Tivemos uma participação três vezes maior do que a gente esperava de inscritas. O formato que o Torneio está desenhado, em que as próprias alunas se inscreveram para participar da primeira fase faz com que elas sejam as protagonistas da competição e isso se refletiu no percentual de estudantes que fizeram a prova da 1ª fase, um percentual muito superior quando comparado a outras competições semelhantes", afirma.

Instituto Internacional de Física

Fundado com duas missões principais e uma terceira mais recente, o IIF é um farol da pesquisa, educação e inclusividade no mundo da física

A primeira missão central do IIF é avançar nas fronteiras da pesquisa em física teórica e computacional. Abordando tópicos inovadores e inclusivos, esse instituto está comprometido em compartilhar suas descobertas com o mundo, indo além dos limites acadêmicos. Com pesquisadores de várias partes do Brasil e do mundo, as portas estão abertas para estudiosos que desejam contribuir para esse ambiente colaborativo.

Sua segunda missão envolve a realização de diversos eventos nas áreas de física e ciências correlatas. Esses eventos variam desde conferências internacionais em física até escolas de alto nível, proporcionando oportunidades para o compartilhamento e aprimoramento do conhecimento científico. A contribuição do IIF a esses eventos destaca a pesquisa brasileira e sua capacidade de competir globalmente.

Recentemente, o IIF apresentou sua terceira missão - a educação. Entendendo que a criação de mais cursos de graduação ou pós-graduação em física teria um impacto limitado, o instituto optou por focar em públicos específicos. Seu objetivo é identificar jovens talentos em todo o Brasil e fornecer a eles oportunidades e apoio educacional que despertem seu interesse pela ciência.

Além disso, o IIF está trabalhando em parceria com instituições educacionais em todo o país para identificar e apoiar alunos com habilidades especiais e uma abordagem diferenciada para a resolução de problemas.

“O instituto visa preencher uma lacuna existente no Brasil, onde talentos excepcionais muitas vezes não recebem apoio sistemático para desenvolver suas habilidades únicas”, esclarece Klaus Capelle.

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