Marcha em defesa da educação acontece em Natal nesta quinta-feira, 09
Natal, RN 20 de mai 2024

Marcha em defesa da educação acontece em Natal nesta quinta-feira, 09

8 de maio de 2024
6min
Marcha em defesa da educação acontece em Natal nesta quinta-feira, 09
Em assembleia-ato unificado no último dia 30, categorias da UFRN apresentaram as reivindicações do movimento grevista em caminhada pelo campus central. Imagem: reprodução/Sintest-RN.

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Uma marcha unificada em defesa da educação acontece nesta quinta-feira (09), às 15h, em Natal. A concentração ocorre em frente ao campus central do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), e a saída se dá por volta das 16h, em direção à Árvore de Mirassol. O objetivo é difundir as reivindicações do movimento grevista das instituições federais de ensino, com a temática “Educação não é mercadoria”.

A atividade é realizada pelo Sindicato dos Docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Adurn-Sindicato), o Sindicato Estadual dos Trabalhadores em Educação do Ensino Superior do Rio Grande do Norte (Sintest/RN), o Diretório Central dos Estudantes da UFRN (DCE/UFRN) e o Sindicato Nacional dos Servidores Federais na Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe).

“Como tanto alunos, professores e os técnicos estão em greve, achamos importante que as categorias se unam para chamar atenção da sociedade sobre os reais motivos da nossa greve, pois, muitas vezes, essas categorias, por estarem inseridas em uma instituição pública federal, a sociedade de uma forma geral tem uma visão errônea sobre nós”, afirma Isaura Brandão, vice-presidenta do Adurn-Sindicato.

De acordo com Brandão, o ato tem, então, a possibilidade de mostrar a real situação dos servidores federais da educação.

“Os professores têm em torno de quase 40% de defasagem no salário. Então a categoria já não aguentava mais tanta pressão econômica, da necessidade de aumento de salário diante da demanda que a gente tem, que não é pouca”, ressalta. “A gente precisa que a população esteja conosco, ao nosso lado, das categorias, e que o governo perceba que a educação não é gasto, é investimento”.

Outro ponto defendido pelas categorias e que também será central na marcha pela educação é o da recomposição orçamentária das instituições federais de ensino.

“Nós temos universidades, inclusive a UFRN, completamente sucateadas, onde a gente não tem condição de fazer pesquisa. A entrada dos alunos com mais necessidade tem sido mais difícil, pela dificuldade de bolsas de pesquisa. Sem falar na própria estrutura da UFRN, que tem impossibilitado muitas vezes atividades de pesquisa e na debandada de alunos excelentes e professores para outras áreas ou para outras instituições, por falta mesmo de orçamento para que as universidades funcionem como devem funcionar”, defende a vice-presidenta do Adurn-Sindicato.

A reposição salarial, a reestruturação das carreiras de Técnicos Administrativos em Educação (TAEs) e docentes e a recomposição orçamentária das universidades e dos institutos federais. Essas são as principais reivindicações do movimento paredista da educação, que tem se unificado para lutar pelas pautas, explica Sandro Pimentel, coordenador de educação da Fasubra-Sindical e membro do comando local de greve da UFRN, sendo sindicalizado pelo Sintest.

“Há mais de 20 anos que não existe uma greve unitária do conjunto da educação, então é um marco importante”, pontua o sindicalista. “É uma pauta que passa a ter muito peso, muita força, no sentido de reivindicar mais orçamento para a educação superior pública e também as pautas corporativas, nesse caso o reajuste salarial, já que estamos com 34% de perdas, se somar de 2016 até 2023, e além disso o nosso plano de carreiras, desde 2005 sem atualização”.

“Entendemos que chegou a hora da gente transpor os muros da universidade e dos IFs e colocar esse bloco na rua, para que a população tenha conhecimento de que existe uma greve, e que é em defesa da educação”, avalia Pimentel.

Esse é um momento de dialogar com a sociedade a respeito da defesa pela educação, explica Francisco Dias, ocupante da pasta de formação política do Sinasefe Seção Natal.

"É o momento de apresentar uma situação que vem sendo deteriorada na parte da educação já há algum tempo. É uma oportunidade que a gente tem de ir para as ruas e tentar mostrar à sociedade o quanto a educação tem sido prejudicada, na questão da qualidade do ensino e a desvalorização dos servidores", conta.

A iniciativa surge ainda pois existe uma invisibilidade da greve na educação, defende Geraldo Peregrino, integrante do comando de greve unificado do Sinasefe Natal e Mossoró.

"É um apagamento diário da nossa greve. Então é ir para a rua para mostrar à população que nós estamos em greve", conta. "É uma demonstração gigante de unidade da categoria".

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"E para mostrar ao governo que estamos atentos a mais essa tentativa que teve na única mesa de negociação até agora, de divisão das duas categorias [técnicos e docentes]", defende. "Embora os governos em geral venham tentando divisionismo entre as categorias, estamos mais unidos do que nunca".

Estudantes

Em reportagem anterior, o DCE/UFRN também afirmou à Agência Saiba Mais que o ato do próximo dia 09 quer chamar atenção para o movimento grevista da educação federal.

“Um ato unificado com estudantes, professores e técnicos administrativos para a gente chamar atenção na pauta para além de dentro da universidade. A gente está fazendo várias mobilizações dentro da universidade, mas é importante chamar a população para ver o que está acontecendo”, afirmou Beatriz Cavalcanti, coordenadora geral do DCE José Silton Pinheiro.

Greve dos servidores federais

A mobilização dos servidores das instituições federais de ensino do RN faz parte de um movimento nacional de luta pela educação. O movimento paredista rejeita o reajuste salarial zero para 2024, pede a reestruturação da carreira dos Técnicos Administrativos em Educação (TAEs) e docentes e ainda o “revogaço” das medidas prejudiciais à educação federal aprovadas nos governos Michel Temer e Jair Bolsonaro.

Ao lado dos estudantes, os servidores reivindicam também a recomposição orçamentária das instituições de ensino superior.

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