Marinho se irrita com Dino após ter filiação ao PSB exposta no Senado
Natal, RN 9 de mai 2024

Marinho se irrita com Dino após ter filiação ao PSB exposta no Senado

13 de dezembro de 2023
4min
Marinho se irrita com Dino após ter filiação ao PSB exposta no Senado
Foto: Pedro França / Agência Senado

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O senador Rogério Marinho (PL-RN) se irritou nesta quarta-feira (13) com o ministro da Justiça Flávio Dino após ouvir dele uma menção à sua passagem pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB).

O embate entre os dois ocorreu durante a sabatina de Flávio Dino, no Senado. O ministro foi indicado pelo presidente Lula para ocupar a vaga de Ricardo Lewandowski no Supremo Tribunal Federal. O nome dele, porém, ainda precisa ser referendado pelos senadores. Marinho foi o primeiro senador a sabatinar o ministro.

Antes de aderir à extrema-direita e migrar para o PL, o senador do Rio Grande do Norte foi filiado ao PSB até 2007, sigla pela qual foi eleito vereador de Natal e deputado federal. Durante muitos anos, ele foi um dos fiéis escudeiros da ex-governadora Wilma de Faria. Após o PSB, Marinho ainda assinou a ficha de filiação do PSDB.

Ironia

Rogério Marinho se ofendeu quando Dino disse que o conheceu quando os dois eram deputados federais e cerravam fileiras no PSB, em 2007. O ministro da Justiça, inclusive, fez uma menção elogiosa ao avô de Marinho, o ex-deputado Djalma Marinho. 

O senador potiguar entendeu a citação como uma ironia. Hoje, Marinho é líder da oposição no Senado e embarcou no bolsonarismo, tendo sido secretário especial da Reforma da Previdência e ministro do Desenvolvimento Regional, ambos cargos no governo de Jair Bolsonaro.

O senhor está vestindo um figurino diferente do que estamos acostumados a ver, que é de alguém jocoso, irônico, ferino, belicoso... características de alguém que na minha opinião, e na opinião de boa parte da sociedade, não se coadunam para quem vai ser ministro do Supremo Tribunal Federal. O senhor vai ao banheiro e quando volta se refere a mim de uma forma jocosa. O senhor faz uma ilação dizendo que estávamos juntos no Partido Socialista Brasileiro querendo mostrar uma contradição. É importante a gente mostrar para as pessoas que eu saí do Partido Socialista Brasileiro justamente naquele ano, 2007. (E saí) porque o PSB estava dentro de um projeto que, na minha opinião, não era o mais adequado”.  

Rogério Marinho

Dino nega ironia e rebate: "Eu acho que o senhor é quem está belicoso"

Foto: Pedro França/Agência Senado

Na réplica, Flávio Dino negou que tivesse sido irônico e manteve os elogios ao avô do senador:

“Eu acho que o senhor é quem está belicoso, eu fiz uma alusão afetiva e respeitosa ao senhor, lembrando a memória do seu avô. Lembro do nosso primeiro diálogo em 2007. De fato, o senhor tinha uma filiação partidária no nosso bloco e ali o senhor me falou. Perguntei qual seu parentesco com Djalma Marinho e o senhor respondeu que, com muito orgulho, era seu avô. Acho que o deputado Djalma Marinho se notabilizou pela característica de um bom político e eu não conheço nenhum político que não seja combativo, que não lute pelas suas ideias. Reitero minhas homenagens ao seu avô Djalma Marinho”, disse.

Flávio Dino

Por que Rogério Marinho saiu do PSB

Foto: Pedro França/Agência Senado

A saída de Rogério Marinho do PSB em 2008 não teve relação com o projeto nacional da legenda, e sim com a política local e os acordos firmados para a disputa da prefeitura de Natal naquele ano. Marinho seria o candidato natural do PSB à sucessão de Carlos Eduardo, inclusive era o preferido da então governadora Wilma.

Porém, com as alianças firmadas em torno da candidatura da então deputada federal Fátima Bezerra (PT) à prefeitura, que incluiu os partidos aliados do PT no plano federal, entre eles o PSB, Marinho acabou preterido.

O próprio prefeito Carlos Eduardo também trabalhou contra a candidatura de Rogério Marinho, o que à época provocou um racha no PSB e o pedido de desfiliação dele.

Após abandonar a legenda, Marinho se filiou ao PSDB, partido pelo qual exerceu mandato de deputado federal como suplente (2009-2011) e parlamentar eleito (2011-2015). Em 2012, ficou em quarto lugar na eleição para a prefeitura de Natal, com apenas 10,16% dos votos.

No pleito de 2018, mesmo com a segunda campanha mais cara entre os candidatos, ficou em 12º lugar e não se elegeu. No entanto, a convite do então ministro da Economia Paulo Guedes, assumiu a secretaria especial da Reforma da Previdência e, na sequência, foi alçado à ministro do Desenvolvimento Regional pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

Em 2022, foi eleito senador do Rio Grande do Norte conquistando a única vaga em disputa, com 708.351 votos, batendo o desafeto Carlos Eduardo Alves, que ficou em segundo lugar, e o ex-deputado federal Rafael Motta, terceiro colocado.

No início do ano, Rogério Marinho concorreu à presidência do Senado, mas perdeu para o atual presidente da Casa Rodrigo Pacheco (PSD).

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