Artesã une as paixões por carnaval e crochê para fazer fantasias
Natal, RN 16 de mai 2024

Artesã une as paixões por carnaval e crochê para fazer fantasias

24 de janeiro de 2024
4min
Artesã une as paixões por carnaval e crochê para fazer fantasias

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Ela é uma conhecida como produtora cultural. É também doutora em Ciências Sociais, com foco em patrimônio material e imaterial. Mas, o que muita gente pode não saber é que a pernambucana Danielle Brito também é, em essência, uma brincante de carnaval e, aliando essa paixão herdada da mãe, dona Clotides, nessa época do ano, Danielle abre espaço em sua agenda de compromissos e coloca para fora os dotes de artesã, dando vida a fantasias e acessórios para a folia de Momo.

"Minha mãe adorava essa época do ano. Sempre fazia fantasias para mim e minhas irmãs. E eu percebia que aqueles eram alguns dos momentos mais felizes da vida dela. Fui criada nesse costume de nos fantasiarmos, de sairmos na ala-ursa, no mela-mela, de fazer os 'assaltos' de casa em casa, nos carnavais do interior de Pernambuco. Minha primeira fantasia foi a de um palhaço, um macacão com fundo branco, cheio de bolas coloridas e babados de tule nas pernas e pescoço. O chapéu, ela mesma bordou com lantejoulas", relembra.

Embora sempre tenha produzido suas próprias fantasias, bem como a de amigos, na época do ensino médio e da faculdade, quando ainda morava em Recife (PE), há seis anos - e já radicada em Natal há mais de três décadas - Danielle passou a elaborar peças únicas e feitas a mão. No primeiro ano, uma amiga trouxe os acessórios de Recife, ela produziu as peças e foi um sucesso. No segundo ano em diante, Danielle passou a fazer sozinha as peças que vão desde vestuário, passando por tiaras, ear-cuffs (brincos que contornam todo o lóbulo e cartilagem da orelha), colares, dentre outros acessórios.

Em alta no momento, o crochê é uma técnica atemporal, que sempre fará parte da moda, com inúmeras possibilidades. Para construir as roupas carnavalescas desse ano, Danielle conta que se inspirou no estilista conterrâneo, Gustavo Silvestre, cujas peças já vestiu artistas como Pablo Vittar, Anita, Preta Gil, Sabrina Sato, dentre outros. Inclusive, ela mesma brinca dizendo que "a glória chegou" porque um de seus tops vai direto para os palcos de uma cantora do Bloco Galo da Madrugada, em Recife.

Danielle aprendeu o crochê muito cedo, quando foi estudar num colégio de freiras - onde havia o ensino de trabalhos manuais - e lá tinha uma freira alemã que lhe ensinou técnicas como o frivolitê, tricô, ponto cruz.

"Mas o crochê era mais acessível pra gente naquela época. Além de ser um trabalho manual, o crochê me acalma, quando estou estressada. É uma terapia. Sem falar que já me tirou de muitos aperreios", brinca,

Aliar essa técnica com a feitura de fantasias foi um movimento natural, para uma pessoa que sempre inventava fantasias para vestir, fosse de papangu, roubando as meias do pai e saindo para brincar escondida; fosse usando roupas velhas do armário, sacos de estopa, ou até mesmo se fantasiando de barraca de praia: "Teve um carnaval que eu sai vestida de barraca de praia. Peguei um papelão, pintei na cor terracota, comprei uns cajus de plástico, umas garrafas de bebida, pendurei na cabeça e fui brincar. Você pode fazer uma fantasia com o que tiver em casa. O importante é brincar", aconselha.

Todas as 10 peças confeccionadas até agora irão para Pernambuco, mas quem quiser encomendar algo exclusivo, pode entrar em contato com ela pelo instagram @daniellecvbrito

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