O RN do futuro terá indústrias?
Natal, RN 10 de mai 2024

O RN do futuro terá indústrias?

20 de janeiro de 2024
3min
O RN do futuro terá indústrias?
Foto: Parque Científico e Tecnológico Augusto Severo / Divulgação

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Sim, nós temos governo. Um governo cercado, espremido, vítima de um sistema que dá no cravo, elegendo uma governadora progressista, e outra na ferradura, mantendo o perfil dos deputados estaduais conservadores. Aliás, nesse novo cenário, em que o esgoto da extrema-direita se tornou uma força política considerável, a nova leva de parlamentares tem elementos que estão situados nesse espectro político.

Por isso o governo tem, nesse segundo ano, de avançar, principalmente em obras estruturantes, que criem estruturas econômicas inclusivas, no sentido de geração de emprego e renda. Identificar o porquê das desigualdades é importante; entender como o mecanismo da luta de classes forja as desigualdades e as distorções sociais, é fundamental; compreender que as desigualdades e as distorções sociais têm impacto nas camadas mais pobres, é imperativo; mobilizar a sociedade civil mais avançada para a luta política, é necessário. Tudo isso devemos saber. Devemos.

Mas sem comida, sem emprego e sem esperança, as camadas mais pobres e marginalizadas ficam à mercê do discurso fácil e das promessas vazias. Não é por ignorância, apenas, que essas camadas ficam à deriva e podem dar sustentação ao discurso reacionário, mas por desesperança. Se a esquerda lhe apresenta o discurso, mas não apresenta alternativas e nem soluções para sua situação imediata, algo que a igrejas evangélicas neopentecostais fazem, o lógico e racional para essas pessoas é buscar saídas no tangível (meios de subsistir) e no intangível.

E o que o segundo governo Fátima projeta para melhorar a vida dos potiguares? De acordo com Plano Plurianual (PPA) 2024-27, o novo Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), resgatado por Lula, vai ancorar algumas obras importantes : a conclusão do ramal do Apodi, da transposição do São Francisco; o Projeto Seridó, que beneficiará 22 municípios, a partir da construção de uma estrutura hídrica, afetando a vida de mais de 300 mil pessoas; o projeto do Sistema de Adutoras do Agreste Potiguar, uma das regiões mais carentes de benefícios sociais; e a Barragem de Oiticica, uma obra que se arrasta há 7 anos, quase a metade do tempo gasto para construir a maior barragem do planeta, o Complexo de Três Gargantas, na comunista China.

A previsão de que 3 mil unidades habitacionais deverão ser construídas, é animador já que o setor da construção civil é uma atividade que “espalha” cadeias econômicas em várias direções. O PPA 2024-27 é uma esperança para este estado, pobre e atrasado.

Mas, eu me pergunto, falando como uma pessoa que acredita, ainda, que a base da riqueza da sociedade ainda reside no mundo das mercadorias, e a indústria? Será que estamos deixando de lado o fato de que o setor industrial é o elemento impulsionador que agrega valor e espalha renda de uma forma bem concreta?

Fica a pergunta.

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