O bloco carnavalesco “Alô Nísia”, de Currais Novos, aproveita o período de folia para lembrar da luta pelo respeito às mulheres. Em 2024, pede justiça por Zaira, jovem curraisnovense assassinada há cinco anos. O crime segue sem julgamento.
Zaira Dantas Silveira Cruz foi estuprada e morta no dia 2 de março de 2019, um sábado de Carnaval, aos 22 anos de idade, no município de Caicó. Ela foi encontrada sem vida dentro do carro do policial militar Pedro Inácio Araújo.
O caso vai estampar camisetas e leques do grupo, que se concentra na praça da Rodoviária, a partir das 16h da terça-feira (13). Às 20h, segue em direção ao Coreto Guaraní, passeando pelas ruas de Currais Novos com muito brilho e alegria, junto com o Arrastão do Boi, maior bloco de Currais.
O bloco não é só para mulheres, mas pretende criar um espaço seguro de diversão, considerando que 50% das mulheres já foram vítimas de assédio sexual durante o carnaval e 73% têm medo de passar por essa situação pela 1ª vez ou vivenciá-la novamente.
"Alô Nisia"
O nome do bloco é uma homenagem à norte-rio-grandense Dionísia Gonçalves Pinto (1810-1885), reconhecida mundialmente por Nísia Floresta Brasileira Augusta, escritora e feminista brasileira do século 19.
Figura emblemática na história da educação e dos direitos das mulheres no Brasil, ela deixou um legado duradouro que continua a inspirar feministas e quem luta por uma educação inclusiva. Nísia foi autodidata em uma época em que poucas mulheres tinham acesso à educação formal. Buscando conhecimento através da leitura e do estudo independente, ela se tornou defensora incansável da educação das mulheres.
Embora tenha passado grande parte da vida fora do Brasil, Nísia Floresta é reconhecida como uma das pioneiras do feminismo e da educação feminina no país.