Bolsonaristas no RN ficam entre silêncio e vitimismo com ação da PF
Natal, RN 27 de abr 2024

Bolsonaristas no RN ficam entre silêncio e vitimismo com ação da PF

8 de fevereiro de 2024
5min
Bolsonaristas no RN ficam entre silêncio e vitimismo com ação da PF
Solenidade de Posse de Rogério Marinho como Ministro de Estado do Desenvolvimento Regional em 2020 I Foto: Marcos Corrêa/PR

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Parte da ala política bolsonarista do Rio Grande do Norte silenciou sobre a Operação Tempus Veritatis ("hora da verdade", em latim), da Polícia Federal, que resultou em quatro pedidos de prisão preventiva, na prisão em flagrante por porte ilegal de arma de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido de Jair Bolsonaro, além da apreensão do passaporte do ex-presidente pela Polícia Federal. A operação foi deflagrada nesta quinta-feira (8) e entre as evidências que mais pesam contra o ex-presidente, segundo a PF, seria a revisão de minuta de decreto golpista.

Um dos mais ferrenhos defensores e propagadores do bolsonarismo, ainda nos dias de hoje, o ex-ministro do Desenvolvimento Regional de Bolsonaro e senador pelo PL do Rio Grande do Norte, Rogério Marinho, não comentou a Operação da Polícia Federal (PF) envolvendo o nome do ex-presidente, que está inelegível até 2030 por causa de uma condenação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por mentir e atacar o sistema eleitoral brasileiro. A agência Saiba Mais tentou contato com a assessoria de imprensa do parlamentar, mas não obteve resposta até a publicação da matéria. Nessa última segunda (05), Marinho voltou a defender a atuação de Bolsonaro durante o programa Roda Viva, da TV Cultura, no qual foi entrevistado.

Após a publicação desta reportagem, o senador Rogério Marinho se pronunciou em entrevista coletiva, alegando perseguição à oposição e criticando a atuação do ministro Alexandre de Morais.

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O deputado federal General Girão (PL) afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não se manifestaria sobre o assunto e que vai aguardar um posicionamento oficial do partido.

Já o colega de partido, o também bolsonarista e deputado Sargento Gonçalves (PL), usou suas redes sociais para afirmar que a Operação da Polícia Federal se trata de perseguição contra a direita.

É uma verdadeira perseguição, com narrativa distorcida, e objetivo claro de sufocar o maior líder da direita conservadora no Brasil. E a cada dia que passa isso fica mais cristalino. Não podemos desistir do nosso Brasil”, declarou o parlamentar.

O ex-governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PL), apesar de fazer parte do mesmo partido de Bolsonaro, também não tocou no assunto em suas redes sociais. Nós tentamos contato por meio da assessoria de imprensa do parlamentar, mas não obtivemos retorno até a publicação da matéria.

Fábio Faria, filho de Robinson e ex-ministro das Comunicações de Bolsonaro, também não se pronunciou sobre o assunto. Ele esteve  à frente do Ministério de junho de 2020 a dezembro de 2022.

A Polícia Federal investiga a suposta existência de uma organização criminosa que teria atuado para aplicar um golpe de Estado, com fraudes nas eleições presidenciais de 2022 e o atentado contra a democracia no dia 8 de janeiro de 2023. 

Pelo que foi divulgado até o momento, Bolsonaro teria tentado se manter no cargo mesmo depois de derrotado pelo presidente Lula (PT) nas eleições de 2022. As informações foram obtidas a partir da delação de Mauro Cid, que é tenente-coronel e foi ajudante de ordens de Bolsonaro. A investigação aponta que o ex-presidente teria participado da redação de uma minuta de golpe e se reunido com membros civis do governo e das Forças Armadas para planejar e financiar manifestações antidemocráticas que pediam intervenção militar.

"A ação da polícia federal demonstra um sentido republicano e democrático no sentido de que saiu da lógica da política como vendetta, como vingança. Infelizmente, o bolsonarismo além de macular a imagem da democracia, que é o regime de manutenção da legalidade, dos princípios formais, especialmente os princípios eleitorais de quem disputa as eleições, que significa ganhar ou perder e cumprir o que a lei maior, que é a constituição, nos indica. Na política da vendeta, você não tem adversário, você tem inimigo, portanto deve ser eliminado. A lógica do golpe está clara cada vez mais, então acho que a polícia federal tem uma agenda aí de colocar o Brasil novamente nos eixos de um regime que sempre respeita a democracia e que não tem mais nostalgia de um regime assassino, como foi a ditadura nesse país, do qual o Bolsonaro é um representante. Política é o espaço da liberdade, da expressão e pluralidade humana, como diz Hannah Arendt, portanto significa dizer a convivência com o contrário ou com os contrários. A diversidade é o princípio da democracia", pondera Alex Galeno professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Além de Girão e Rogério Marinho, Robinson Faria e o filho, Fábio Faria, ex-ministro das Comunicações de Bolsonaro, também não se pronunciaram sobre o assunto

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