Rogério pede “anistia” após operações da PF contra bolsonaristas
O senador potiguar Rogério Marinho (PL) defendeu nesta quarta-feira (31) uma anistia para trazer “apaziguamento” e “reconciliação” ao país. As declarações do parlamentar foram expostas durante uma coletiva de imprensa, que reuniu também outros integrantes da base de oposição, após uma reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O grupo foi, nas palavras de Marinho, levar “uma pauta legislativa com a intenção de reafirmar as prerrogativas do Parlamento brasileiro, de resguardá-lo e equilibrar o processo democrático”.
Além do senador potiguar, participaram da reunião nomes, como Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Eduardo Girão (Novo-CE), Hamilton Mourão (Republicanos-RS), Marcos do Val (Podemos-ES), Alexandre Ramagem (PL-RJ) e Carlos Portinho (PL-RJ).
Com a pauta de propostas entregues a Pacheco, Marinho disse que o presidente do Senado deve fazer uma análise das propostas entregues até esta sexta (2). Rogério não citou todos os itens de reivindicações que estariam na agenda, mas disse que a íntegra das propostas será divulgada posteriormente.
O senador potiguar, que é líder da Oposição, defendeu a volta a uma “normalidade democrática com o encerramento desses inquéritos que não terminam nunca e que geram centenas de filhotes” e defendeu um processo de anistia. A fala veio na esteira de operações que, nas últimas semanas, atingiram aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como os deputados Carlos Jordy (PL-RJ) e Ramagem, alvos das Operações Lesa Pátria e Vigilância Aproximada, respectivamente.
“De 1890 para cá, houve 40 processo de anistia. Aliás, a ex-presidente Dilma foi presidente porque foi anistiada. Miguel Arraes, Leonel Brizola foram governadores que foram anistiados. Vários parlamentares exerceram mandatos nessa Casa porque foram anistiados”, disse.
“E essa é a cultura do Brasil: a cultura do apaziguamento, sem que haja a possibilidade de que aqueles que eventualmente cometeram um crime sejam processados da maneira adequada, mas dentro da lei, dentro da legislação, dentro da Constituição, e não se caracterizando uma perseguição contra um grupo político ou uma parte importante da sociedade brasileira”, continuou.
Além disso, Rogério Marinho criticou a atuação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por uma suposta falta de legitimidade para julgar os processos dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, que atingem apoiadores do ex-presidente Bolsonaro.