Bairros periféricos de Natal são mais vulneráveis à dengue
Natal, RN 9 de mai 2024

Bairros periféricos de Natal são mais vulneráveis à dengue

4 de março de 2024
3min
Bairros periféricos de Natal são mais vulneráveis à dengue
Imagem: Agência Brasil

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No último sábado (02), o prefeito de Natal, Álvaro Dias (Republicanos), decretou estado de emergência em saúde devido ao aumento nos casos de dengue e do contexto que já se caracteriza como epidemia. O decreto tem prazo de 90 dias, podendo ser prolongado em caso de necessidade, e foi publicado no Diário Oficial do Município.

Entre os bairros com maior concentração de arboviroses, ou seja, doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, boa parte está localizada na periferia de Natal, como Pajuçara, Lagoa Azul, Redinha, Nossa Senhora da Apresentação, Igapó, Felipe Camarão, Nazaré, Cidade da Esperança, Rocas, Tirol e Planalto.

Neste ano, Natal registrou cerca de 700 casos de arboviroses entre os meses de janeiro e fevereiro. Desses, 90% foram ocorrências de dengue. A partir dos bairros citados pela prefeitura como aqueles com maiores chances de transmissão, percebe-se que as regiões que apresentam maiores riscos estão localizadas na zona norte, zona oeste e zona leste de Natal.

Marise Reis de Freitas, médica infectologista e professora do Departamento de Infectologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), explica a relação entre adoecimento e pobreza. 

Nos bairros periféricos há uma incidência maior do vetor por causa das condições de saneamento, de destino de resíduos e outros fatores complicadores”, explica. “O formato de organização da moradia do bairro favorece a proliferação de insetos. As pessoas que moram em condições mais desfavoráveis estão mais expostas.

Segundo Freitas, há uma falha do poder público em proteger essas populações mais vulneráveis. “Há uma responsabilidade que é das pessoas, mas tem uma responsabilidade do poder público também”, argumenta a infectologista, a qual ainda defende que a falta de disponibilidade de recursos públicos para saneamento e limpeza urbana favorece o risco de exposição ao mosquito. 

Você encontra mais lixo na rua e outras coisas que favorecem a proliferação do vetor nesses bairros periféricos, onde a limpeza urbana é menos apropriada”, ressaltou.

Medidas da Prefeitura

De acordo com o prefeito Álvaro Dias, novas estratégias serão adotadas para identificar e remover focos do Aedes aegypti em Natal, como mutirões intersetoriais de diversas secretarias e órgãos municipais em toda a cidade, além da conscientização dos moradores para as ações de combate ao mosquito.

Vacinas nas escolas

Desde o mês passado, a vacina contra a dengue já está sendo disponibilizada para crianças entre 10 e 14 anos. No entanto, de acordo com a Prefeitura, a procura tem sido baixa.

Para receber a vacina, é preciso levar um documento de identificação pessoal e cartão de vacinação. Os menores de idade devem estar acompanhados de um responsável. Também é preciso apresentar comprovante de residência de Natal em nome dos pais da criança.

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