Belch Bar prepara encerramento em Natal com mais música e cultura
Natal, RN 27 de abr 2024

Belch Bar prepara encerramento em Natal com mais música e cultura

27 de março de 2024
5min
Belch Bar prepara encerramento em Natal com mais música e cultura
Foto: cedida

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Aberto no Carnaval de 2021 com a marca do empreendedorismo feminino, o Belch Bar — espaço cultural na zona sul de Natal que homenageia o cantor Belchior — prepara o fechamento nesta semana. A “saideira” começa na quinta-feira (28), recebendo Jo Bay para tocar Caetano e Bethânia. Outras atrações virão na sexta e no sábado.

Mais do que um local para beber, o Belch Bar é um espaço cultural localizado no bairro de Candelária. Por lá, já passaram nomes como Alice Caymmi, que teve que fazer duas sessões para atender à alta demanda do público, os pernambucanos PC Silva e Joyce Alane e o paraibano Seu Pereira. Vannick Belchior — filha do próprio —, Silvero Pereira e Daíra também realizaram tributos em homenagem ao cearense de Sobral, morto em 2017.

O projeto, nascido há três anos, partiu da iniciativa da empreendedora Ariane Cavalcanti, que diz que o bar se tornou “um espaço de experiência”.

“É um bar com conceito diferente dos que existem na cidade, no sentido de ser temático, mas que se assemelha a outros espaços culturais”, explica.

A diferença para outros locais, diz Cavalcanti, está na escolha pela música de qualidade. Por isso mesmo, ela destaca a apresentação de músicos já com alguns anos de carreira na capital potiguar, mas com pouco espaço para trabalharem em outros locais. 

“Infelizmente o pensamento comercial desses espaços elimina muita gente. Porque é interessante você ter pessoas que fazem um repertório, por exemplo, mais popular, tanto que a gente frequentando à noite percebe que as pessoas repetem o mesmo repertório sempre, há muitos anos. E eu queria exatamente fugir disso, poder proporcionar que você chegasse no espaço e ouvir uma música em que você se surpreendesse de estar ouvindo aquela música sendo interpretada por uma artista ao vivo em um bar”, aponta.

“Então eu destacaria como mais significativa a apresentação desses artistas, como por exemplo Jo Bay, que é um artista que hoje é muito mais conhecido na cidade, que já vai fazer agora 10 anos de carreira, mas não tinha tido o espaço dessa expansão”, diz. 

“Foi um artista que eu fiz questão que tocasse o máximo de vezes possível, porque é de um grande potencial, é de uma qualidade incomparável com o que a gente tem hoje. Tem conhecimento vasto da MPB e além de ser um violonista de altíssima qualidade, tem originalidade e sentimento na interpretação”, explica Ariane. 

Jo Bay é presença frequente no Belch Bar | Foto: Erivan Lima

O fechamento do Belch Bar vem à contragosto, pelo que a empreendedora atribui como falta de incentivos. 

“Existe uma coisa que eu não chamaria de dor, eu chamaria de incômodo. O incômodo de ter trabalhado tanto, de ter lutado tanto, de ter feito tanto e de não conseguir ter feito mais por falta dessa colaboração e desse apoio”, reflete.

Seu desejo sempre foi, diz Ariane, que fornecer o acesso à cultura fosse o ato mais importante do “fazer”, e não o quanto isso renderia financeiramente.

“Então isso me dá um pesar, mas eu não chamaria de dor, não tenho dor porque eu sei do trabalho que foi executado. Eu sei do empenho que eu tive sempre em executá-lo, em fazer da melhor forma possível, e poder proporcionar o melhor possível”, atesta.

Ainda assim, mesmo que esteja encerrando os trabalhos em Natal, o Belch Bar não deve parar. Há ainda a possibilidade de um evento no final de abril, em alusão ao dia da partida de Belchior, a depender somente de um possível apoio vindo do mandato da deputada estadual Divaneide Basílio (PT). Além disso, Cavalcanti também planeja a retomada do projeto em outro estado. Após o sábado, a empresária vai tirar um hiato para se reorganizar, mas diz já ter conversas em andamento para uma reabertura futura.

“É um projeto que não vai morrer aqui. Eu tô encerrando na cidade porque de fato ela não me possibilitou continuar com ele, mas em um dado momento ele vai retornar em outro local”, explica.

“Eu vou tirar um hiato entre uma coisa e outra, mas ele vai voltar em um determinado local e eu darei continuidade à minha ideia de manter essa divulgação do legado de Belchior, informar para mais pessoas sobre Belchior e receber pessoas que entendem, que se aproximam da obra de Belchior, que é um artista que não é um artista cearense. Não é nordestino, não é do Brasil. É um artista do mundo, é um artista referência para muitos outros artistas, reverenciado por muitos outros artistas”, atesta.

Foto: cedida

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