A dor nas costas, especialmente na região lombar, é um problema de saúde que vem se tornando frequente em mais e mais pessoas. Inclusive, a Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou a dor lombar como a principal causa de incapacidade do planeta. Por causa disso, a dor na lombar impede milhões de pessoas pelo mundo de realizarem atividades básicas do dia a dia.
Em 2021, o Ministério do Trabalho divulgou um dado via Agência Brasil afirmando que mais de 55 mil trabalhadores pediram afastamento entre janeiro e julho daquele ano, por problemas na coluna. Tornando-se, portanto, a segunda maior causa de licenças, perdendo somente para a Covid-19, naquela época. Má postura, por exemplo, é uma das causas.
Colocando em números, um estudo feito em 2020 apontou que 1 a cada 13 indivíduos (619 milhões de pessoas) apresentaram dores nas costas, o que representa um aumento de 60% em relação ao ano de 1990. E para piorar, a OMS calcula que a condição afetará 843 milhões até 2050, em todo o planeta, o que significa que o número de pessoas com dores na região lombar vai continuar subindo durante as próximas décadas.
Robson Queiroz, ortopedista da Hapvida NotreDame Intermédica, explica que a dor nas costas pode ter diversas origens, incluindo questões mecânicas, posturais, à posição adotada durante o tempo de trabalho e até mesmo fatores psicológicos. Além disso, o especialista também alerta para alguns sinais que indicam quando o quadro de lombalgia está mais grave, como febre, perda de peso associada à dor lombar, fraqueza ou formigamento nas pernas e ainda quando a dor não melhora após meses.
Dicas do especialista
O ortopedista explicou à Agência Saiba Mais que manter uma posição correta ajuda a evitar problemas na região lombar, mas que a postura correta não se remete apenas ao momento de trabalho. “Você adotar uma posição correta é uma coisa que abrange em várias esferas no seu dia a dia”, apontou.
Falando em trabalho, o especialista deu dicas para as pessoas que trabalham durante muito tempo sentadas. Uma delas, é a posição correta do computador: a máquina deve estar na altura dos olhos. Além disso, você deve obter um suporte para a posição dos pés e apoiar os cotovelos adequadamente, caso a pessoa trabalhe digitando.
Para quem pratica exercícios físicos em academias, o ortopedista aconselha sempre procurar realizar os exercícios da maneira mais correta possível. “Fazer o exercício corretamente vai contribuir para que você não tenha um quadro de lombalgia. É como a gente sempre fala, o exército correto ajuda bastante. Já o exercício incorreto prejudica.”, avalia. Ou seja, busque apoio de um treinador físico para auxiliá-los nos exercícios.
Outra medida eficaz para combater a lombalgia é fazer a escolha certa na hora de comprar travesseiros e colchões. Escolher um travesseiro alto, por exemplo, propicia ainda mais a dor na coluna, como aponta a especialista. Outro fator importante na hora do sono, é escolher bem a posição de dormir. “Você deve dormir de lado, colocar um travesseiro a meia altura e outro entre os joelhos”, explica.
Dor na coluna também acomete crianças
Nem os pequenos estão livres dos problemas na coluna. “Hoje é muito comum a dor na coluna acometer as crianças”, explicou Queiroz. Por sorte, existe uma medida muito comum e eficaz para os pais de plantão: usar a mochila de forma correta.
“Uma criança que usa mochila nas costas. Isso não é mais indicado. O mais indicado, hoje, é a criança usar uma mochila que você possa carregar com rodinhas. Existe um tamanho correto do ‘braço’ da mochila pra você carregar”, ensinou o especialista.
1° Manual da OMS sobre o problema
A Organização Mundial da Saúde lançou em dezembro de 2023 uma diretriz para orientar o tratamento da dor lombar crônica, que consiste quando a dor dura mais de três meses seguidos. O documento é assinado por especialistas do mundo inteiro e lista o que funciona e o que não funciona no tratamento de dores lombares.
O que funciona:
- programas educativos que apoiam conhecimentos e estratégias de autocuidado;
- programas de exercícios;
- algumas terapias físicas, como terapia manipulativa espinhal e massagem;
- terapias psicológicas, tais como terapia cognitivo-comportamental; e
- medicamentos, como medicamentos anti-inflamatórios não esteróides.
O que não funciona:
- aparelhos lombares, cintos e/ou suportes;
- algumas terapias físicas, como tração (ou seja, puxar uma parte do corpo);
- alguns medicamentos, como analgésicos opioides, que podem estar associados a overdose e dependência.
É importante destacar que é a lista da OMS, embora ajude a padronizar os tratamentos para dor lombar crônica primária, é fundamental procurar um médico especialista, já que cada paciente deve ser cuidado de acordo com suas particularidades.