Fórum Mudanças Climáticas faz alerta aos povos do Brasil e seu governo
Durante o Seminário Nacional do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental (FMCJS), realizado de 4 a 6 de março de 2024, em Brasília, participantes de todo o Brasil definiram prioridades e ações para o ano.
“São necessárias e urgentes as seguintes medidas: fim da exploração e do uso dos combustíveis fósseis; fim de soluções apresentadas pela falsa economia verde e azul (megaempreendimentos de energias renováveis e mineração); fim da lógica mercantil sobre a terra e territórios; fim do desmatamento e a consequente destruição dos biomas (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa, Pantanal e Zona Costeira); a necessária mudança em relação ao uso do solo implementadas desde a conquista/colonização, reduzindo a pecuária industrial e superando as tecnologias agressivas e contaminadoras dos agronegócios; fim da mercantilização e abuso das águas”, elencaram as ações em carata resultante do encontro.
O documento, fruto de uma construção coletiva, que teve início em fevereiro com dois encontros virtuais, e que contou com a participação de representes dos núcleos e articulações de todos os biomas brasileiros, destaca a importância da convivência harmoniosa com a natureza, expressa preocupação com as práticas que contribuem para as mudanças climáticas e pede políticas públicas coerentes e mobilização global para enfrentar esses desafios.
“Precisamos enfrentar os falsos discursos e iniciativas que tentam pintar de “verde” ou “azul” velhas e novas práticas agressivas ao meio ambiente e aos direitos da natureza e das pessoas. Na Caatinga, Pampa e em áreas costeiras do Nordeste e do Sul já acontecem megaprojetos, como das energias solar fotovoltaica e eólica, que não são limpos nem sustentáveis. Estes empreendimentos colaboram para a desertificação (ou arenização) crescente, o desmonte de pequenas propriedades em comunidades e o agravamento do processo de aquecimento global. Esses megaempreendimentos nocivos se espraiam para outros biomas e territórios”, alerta a carta.
O documento é um apelo para que a COP 30, a ser realizada em Belém no próximo ano, seja uma oportunidade para mudanças significativas.