Fuga em Mossoró: fugitivos são capturados no Pará após 50 dias de buscas
Após 50 dias de buscas, os dois fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, foram capturados nesta quinta-feira (4). A Polícia Federal divulgou oficialmente a informação. Rogério da Silva Mendonça, de 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, 33 anos, tinham fugido do presídio no dia 14 de fevereiro. "Na tarde desta quinta-feira (4), em uma ação conjunta das polícias Federal e Rodoviária Federal, foram presos, em Marabá (PA), os foragidos do Sistema Penitenciário Federal Rogério Mendonça e Deibson Nascimento", confirma a PF em nota.
Os dois presos integram a facção criminosa Comando Vermelho estavam em Mossoró desde setembro de 2023. Eles foram os primeiros a conseguir fugir do sistema penitenciário federal, que inclui ainda penitenciárias em Brasília (DF), Catanduvas (PR), Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO).
Há 50 dias, uma força-tarefa criada para capturar os fugitivos tentaram seguir os passos dos fugitivos. O grupo incluía a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil e Polícia Militar do estado.
No Rio Grande do Norte, a equipe foi desarticulada em 30 de março, após 46 dias de buscas. Segundo o Ministério da Justiça, a partir de então, as buscas passaram a ser focadas em ações de inteligência.
Oito pessoas foram presas e 10 servidores estão sendo investigados
A Polícia Federal prendeu um suspeito de ajudar na fuga dos dois detentos da penitenciária federal de Mossoró. A prisão ocorreu segunda-feira (dia 1º) no Ceará e a suspeita é que este é integrante da rede de apoio mobilizada por uma facção criminosa para ajudar Deibson Nascimento e Rogério Mendonça na fuga.
O Polícia Federal não deu detalhes da prisão, expedida pela 8ª Vara da Justiça Federal de Mossoró. Com a prisão, já são oito pessoas detidas desde o início das investigações.
Os dois fugitivos da penitenciária federal de Mossoró ficaram ao menos 30 dias sem receber revistas nas celas, procedimento que deveria acontecer diariamente. É o que aponta uma investigação preliminar sumária (IPS) realizada pela corregedoria da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).
No documento, a fuga é apresentada como resultado de uma sequência de falhas de procedimento. A IPS concluiu preliminarmente que não houve conivência.
A corregedoria da Senappen abriu investigação contra 10 servidores do presídio, incluindo o chefe de segurança, o diretor da unidade, seis chefes de plantão e dois servidores das torres 3 e 4, que supostamente teriam visão sobre a área de onde os presos fugiram.
De acordo com a investigação, a falta de revistas diárias nas celas permitiu que os servidores que trabalham na unidade não conseguissem perceber o buraco que os dois presos estavam fazendo na luminária.