Natal tem pior desempenho do NE e RN é reprovado em índice de educação
Natal, RN 18 de mai 2024

Natal tem pior desempenho do NE e RN é reprovado em índice de educação

9 de abril de 2024
4min
Natal tem pior desempenho do NE e RN é reprovado em índice de educação

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Se fosse uma prova valendo 10, o Rio Grande do Norte estaria reprovado. Publicado na última semana, o Índice de Oportunidades da Educação Brasileira (Ioeb) de 2023, elaborado pela Roda Educativa (antiga Comunidade Educativa – Cedac), revelou que o estado obteve uma nota 4,5. Ficou à frente apenas do Pará (4,3), Amapá (4,2) e Maranhão (4,2). Os melhores resultados foram do Ceará e de São Paulo, ambos com 5,5, acima da média nacional (5,1).

A proposta do Ioeb é olhar além do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) e mostrar as diferenças de oportunidades educacionais entre os territórios brasileiros. Inclui todas as redes (municipal, estadual, federal e privada), da educação infantil ao ensino médio.

O índice é feito a partir do cruzamento de diferentes aspectos, como dados de aprendizagem dos alunos (Ideb), Censo Escolar, escolaridade dos professores, experiência dos diretores, número médio de horas aula/dia, além de informações sobre matrículas e de jovens e crianças em idade escolar que estão fora da escola.

Entre os municípios potiguares, Natal ficou com uma nota abaixo da do estado, 4,3 - a pior entre as capitais do Nordeste, junto com Maceió. As cidades de Severiano Melo, Tibau e Alto do Rodrigues, todos com 5,1, mostraram o melhor resultado, enquanto que o município de Espírito Santo, com nota 3,5, obteve o menor rendimento. Nacionalmente, Ararendá (CE) teve a melhor nota, 7,3. Já Maraã (AM), ficou com o pior índice, 2,9.

Mais do que a nota do Ioeb em si, o que chama atenção é a pequena variação do índice no quadriênio 2019-2023. O RN subiu de 4,3 para 4,5, abaixo da mediana nacional, o que o coloca numa avaliação crítica. O mesmo vale para a capital Natal, com variação de 4,2 para 4,3 no mesmo período.

Coordenadora do Ioeb, Camila Fattori comenta que os resultados recentes provocam os gestores públicos de todos os estados e municípios a repensarem suas práticas de gestão e a buscarem ações mais efetivas de melhoria.

Camila pondera, no entanto, que é preciso considerar a crise provocada pela pandemia de covid-19. Porém, isso apenas não basta para justificar a situação do RN, uma vez que estados como Pernambuco, Espírito Santo, Distrito Federal e Rio Grande do Sul continuaram evoluindo nesse período.

RN contrasta com a realidade do Nordeste

Embora o Rio Grande do Norte pouco tenha avançado, o Nordeste, de modo geral, foi destaque no Ioeb. Na região estão 6 de cada 10 cidades que mais avançaram no índice. O Ceará lidera com 70 municípios entre os 500 com maiores avanços no indicador.

Uma das explicações para o ótimo resultado do Nordeste é o regime de colaboração, cita Camila Fattori. Nesse sentido, ela chama atenção para o RN. “Precisa-se de um planejamento estratégico e colaboração entre estado e municípios, com o estado coordenando. Dessa forma as cidades evoluem juntos, diminuindo as desigualdades de oportunidade dentro do estado. Ceará e Pernambuco, onde ocorre integração entre as gestões estadual e municipal, mostraram resultados positivos”, explica a coordenadora do Ioeb, que está no RN em visita aos municípios de Natal, Currais Novos e Mossoró pelo Unicef, de quem a Roda Educativa é parceira na iniciativa Trajetórias de Sucesso Escolar.

O percurso para garantir melhores oportunidades educacionais para os alunos brasileiros, segundo Camila, passa pelo aprimoramento das práticas de gestão, melhorias no sistema de ensino, no currículo, na formação dos professores, no clima escolar, adequação das práticas docentes às necessidades dos estudantes, além de investimentos em infraestrutura.

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