Funcionários dos Correios entram em greve por tempo indeterminado
Natal, RN 4 de mai 2024

Funcionários dos Correios entram em greve por tempo indeterminado

11 de setembro de 2019
Funcionários dos Correios entram em greve por tempo indeterminado

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Os funcionários dos Correios entraram em greve geral por tempo indeterminado. A paralisação foi decretada em assembleias realizadas em diferentes estados do país. No Rio Grande do Norte, os funcionários também decidiram aderir à greve nacional da categoria a partir desta quarta-feira (11). De acordo com representantes dos trabalhadores, a paralisação será por tempo indeterminado e o principal protesto é contra a possível privatização do órgão, anunciada pelo governo federal.

O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Rio Grande do Norte (Sintect-RN), informou que a categoria deve realizar atos de protesto já nesta quarta-feira, no Complexo dos Correios da Hermes da Fonseca, em Natal. Outras manifestações estão previstas para o restante da semana.

A categoria quer impedir a redução dos salários e de benefícios, e é contra a privatização da estatal, que foi incluída no mês passado no programa de privatizações do governo Bolsonaro.

Segundo José Edilson, presidente do Sintect-RN, a privatização acarretaria em perda de empregos e piora no atendimento à população. "A venda ainda acarretará tarifas mais altas, a precarização do serviço e o fechamento das agências no interior do estado, em cidades onde só os Correios chegam e são a única forma de aposentados e pensionistas receberem seu benefício” afirma o sindicalista em reportagem da Tribuna do Norte.

O reajuste salarial é um dos principais pontos reivindicados pela categoria. No entanto, os trabalhadores querem também a reconsideração quanto a retirada de pais e mães do plano de saúde, melhores condições de trabalho e outros benefícios.

“A decisão foi uma exigência para defender os direitos conquistados em anos de lutas, os salários, os empregos, a estatal pública e o sustento da família. A direção dos Correios, a mando do governo, se negou a negociar com os trabalhadores. O próprio TST denunciou isso. Sua vice-presidência convocou a empresa para negociar, mas ela se negou”, afirmou a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect).

A direção da empresa estatal quer cortar 45 cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho, o que, segundo os trabalhadores, representa um prejuízo anual para cada trabalhador em torno de R$ 5 mil. A empresa também oferece apenas 0,8% de reajuste salarial.

Além de defender a manutenção de todas as cláusulas, os trabalhadores querem um aumento linear de R$ 300 por conta de aumento de produtividade, além da reposição da inflação pelo índice IPCA-Dieese. Os carteiros também reivindicam que os valores do acordo coletivo de trabalho sejam reajustados pelo percentual do reajuste salarial, entre outros itens da pauta da categoria.

Em nota, a direção dos Correios informou ter participado de 10 encontros com os representantes dos trabalhadores para apresentar propostas dentro das condições possíveis, "considerando o prejuízo acumulado na ordem de R$ 3 bilhões".

A estatal ainda não divulgou balanço sobre os possíveis impactos da greve, mas fala em "paralisação parcial". "O principal compromisso da direção dos Correios é conferir à sociedade uma empresa sustentável. Por isso, a estatal conta com os empregados no trabalho de recuperação financeira da empresa e no atendimento à população", informou em nota.

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