Trabalhadores intensificam campanha pela permanência da Petrobras no Nordeste
Natal, RN 4 de mai 2024

Trabalhadores intensificam campanha pela permanência da Petrobras no Nordeste

30 de julho de 2020
Trabalhadores intensificam campanha pela permanência da Petrobras no Nordeste

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Por Deivison Mendes

Petroleiros e petroleiras dos nove estados nordestinos reforçam nesta sexta-feira (31), a campanha #PetrobrasFicaNoNordeste em defesa da permanência da estatal na região. Um ato político virtual vai reunir trabalhadores, representantes de sindicatos, entidades e associações, além de políticos que defendem a pauta. Haverá ações em todos os estados.

No Rio Grande do Norte, o Sindicato dos Petroleiros fará uma extensa programação que começa às 7h, com bate-papo ao vivo no Café Sindical, transmitido pelas redes sociais da entidade. O programa vai orientar a população a subir a hashtag #PetrobrasFicaNoNordeste. A iniciativa busca tornar o ato um dos assuntos mais comentados do twitter e mobilizar ainda mais pessoas para defender a permanência da Petrobrás no Nordeste e no Rio Grande do Norte com mais investimentos no setor petróleo.

A programação segue até o ato virtual confirmado para 15h.

Até o momento, já foram confirmadas as participações do coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Dayvid Barcelar. Mais de 50 entidades estão apoiando a mobilização pela retomada dos investimentos da Petrobras, entre elas a CTB, CUT, FIERN, UNE, Frente Brasil Popular, Associação dos Engenheiros da Petrobras(AEPET), Associação dos Advogados e Advogadas pela Democracia, Justiça e Cidadania(ADJC), além dos mandatos do senador Jean Paul Prates; da deputada federal Natália Bonavides e dos deputados estaduais Isolda Dantas e Francisco do PT.

A diretoria do SindiPetro-RN também convida a sociedade a usar nas redes sociais a hashtag #PetrobrasFicaNoNordeste e marcar parlamentares e empresários que apoiam a continuidade das atividades da Estatal na região.

A campanha luta pela permanência da Petrobras no Nordeste e critica a política radical adotada pela direção da estatal de hibernação de plataformas, unidades de processamento, paralização de poços e desinvestimentos e, também, a venda de ativos com preços irrisórios

O coordenador interino do SindiPetro/RN Rafael Matos destaca a importância de se formular, juntamente ao segmento político, um projeto de lei que assegure a permanência da Companhia no Estado.

“Temos que convencer a classe política de que é fundamental discutir com a Petrobras que sem a retomada de projetos de investimentos por parte da estatal será impossível alavancar a cadeia produtiva do setor petróleo, inclusive, para que as empresas que estão chegando possam ter condições de alavancar suas atividades no Rio Grande do Norte. Isso pode garantir a geração de empregos, melhoria na arrecadação de tributos e royalties para o Estado, municípios produtores e proprietários de terras produtoras de petróleo e, também, desenvolvimento tecnológico”, ressaltou.

De acordo com Márcio Dias, diretor de Comunicação da entidade, o ato político virtual busca chamar atenção de parlamentares, movimentos sociais, empresários e da sociedade civil em geral sobre os prejuízos e retrocessos que a falta de investimentos pode causar ao povo nordestino.

Há pelo menos 10 anos o SindiPetro-RN vem alertando sobre a ameaça de que a Petrobrás pode encerrar por completo suas atividades na região, o que vai gerar graves consequências políticas, econômicas, sociais, culturais e ambientais. Por esse motivo, é necessário apoio do poder público e da união da sociedade na lutar pela retomada de investimentos da Petrobras no Nordeste, particularmente, no Rio Grande do Norte”, explica o dirigente.

Desinvestimento no RN

De acordo com dados levantados pela diretoria do Sindicato, só no RN a Petrobras demitiu 1.328 funcionários de suas empresas terceirizadas em 2020. Os dados foram registrados entre 1º de janeiro e 10 de junho.

Em janeiro eram 6.032 funcionários terceirizados no Rio Grande do Norte, agora são 4.704. No final de 2018 eram 6.779, o que mostra que o ritmo das demissões aceleraram no Rio Grande do Norte.

Para o diretor licenciado do Sindipetro-RN e da FUP, Pedro Lúcio, o problema não é de hoje.

“É uma tendência que reflete o desinvestimento da estatal no Rio Grande do Norte e no nordeste brasileiro nos últimos dez anos. Em 2011, existiam cerca 2.708 funcionários concursados e 13.151 profissionais terceirizados diretos e mais de 50 mil indiretos prestando serviços nas terras potiguares”, explica o sindicalista.

O petroleiro ainda destaca que a Produção de Barris de Óleo Equivalentes (média por dia) no Estado do Rio Grande do Norte por todas as concessionárias também teve uma redução alarmante. Em 2011, eram produzidos boe/dia, 60.700,70 barris de petróleo. Até abril de 2020 esse número caiu quase pela metade, chegando a marca de 35.911,79.

A redução atingiu diretamente a receita da Petrobrás no Estado. Em 2010 a Companhia investia R$ 1.553,17. Em 2018 esse número chegou a quase 1/3, reduzindo a R$ 546,37.

“É obvio que esse recuo no nível de investimentos não poderia acarretar outra coisa a não ser no declínio da produção e, ao contrário do que a gestão da Petrobras afirma, essa redução não é somente pelo fato dos campos de produção estarem com suas vida avançadas e serem, por isso, considerados ‘campos de produção maduros”, concluiu.

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