Famílias protestam contra desemprego, aumento da pobreza e do preço da cesta básica em supermercado de Natal
Famílias que fazem parte do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) protestaram, na manhã deste sábado (2), no supermercado Extra que fica dentro do Shopping Midway Mall, um dos mais movimentados de Natal (RN).
A manifestação faz parte de um ato que acontece, simultaneamente, em mais de 20 cidades do país para denunciar o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), cujas políticas têm resultado no aumento do custo de vida, na alta do preço dos alimentos e em desemprego, prejudicando, principalmente, as pessoas mais pobres.
O grupo lembra que a pobreza no país cresce a olhos vistos e que é revoltante ver pessoas em filas por ossos e catando carcaças em caminhões de lixo para se alimentar.
“O país mais de 15 milhões de pessoas desempregadas e mais de 30 milhões sobrevivendo de bicos e, neste cenário, todos os dias cerca de 100 milhões de brasileiros e brasileiras não sabem se vão ter o que comer e como alimentar seus filhos. O preço dos alimentos sobe diariamente, o gás de cozinha ultrapassa 100 reais, o litro da gasolina já custa mais de 7 reais na maioria das cidades. Andar pelos corredores abarrotados de comida de um supermercado, mas não ter condição de levar para casa o mínimo para garantir o sustento da família tem sido um processo duro e gerado revolta na imensa maioria do povo brasileiro”, criticou ao MLB.
Com a chegada das famílias, a direção da unidade do Extra em Natal chamou a Polícia Militar para garantir a propriedade privada. Foi iniciado um diálogo pacífico entre as partes e a direção do Movimento argumentou que o movimento não pretende causar qualquer tipo de dano ou prejuízo ao supermercado e permanece no local.
Segundo levantamento feito pela direção do MLB, apenas os três maiores varejistas do setor de supermercados faturaram juntos quase 150 bilhões de reais em 2020. De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), no mesmo ano, o Carrefour faturou R$ 74,7 bilhões, o Assaí R$ 39,4 bilhões, e o Grupo Pão de Açúcar, dono das marcas Extra, Pão de Açúcar, Postos e Drogarias, faturou mais de R$ 31 bilhões.
O grupo que organizou as manifestações no país também denuncia a falta de relação local entre os grandes grupos empresariais do setor e a população brasileira, o que coloca em risco, também, a questão da segurança alimentar no Brasil.
“Para quem não sabe, o Grupo Carrefour Brasil, que administra também a Rede Atacadão, de Brasil só tem o nome, pois os super ricos que os controlam estão sediados na França. Por sua vez, o Grupo Pão de Açúcar, dono de diversas redes de supermercados no país e a Rede Assaí, são controladas por outro monopólio francês, o Grupo Casino”.
Em um comunicado enviado à imprensa de todas as cidades onde as manifestações estão ocorrendo, o MLB também fez sérias críticas ao governo do presidente Bolsonaro e ao falso discurso do fim da corrupção.
“Enquanto isso, a família de Bolsonaro e o alto comando das Forças Armadas fazem farra com o dinheiro público, compram mansões, comem picanha de R$ 1.800,00 o quilo e os soldados do exército tomam banho com leite condensado. No comando do Ministério da Economia, Paulo Guedes, que foi responsável por fazer os bancos lucrarem mais de 60 bilhões de reais no ano passado, faz agora fortuna com contas secretas em paraísos fiscais. A verdade é que este é o governo mais corrupto da história do país, disputando esse posto apenas com o período da Ditadura Militar. O povo não aguenta mais e, por isso, segue nas ruas exigindo o fim desse governo”.
A direção do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) pede que, quem puder, ajude as famílias do movimento que vivem em ocupações e sem moradia fixa.
Como ajudar:
PIX: 11959189579
Nome: Queops Damasceno