ANS faz consulta pública para melhorar práticas na hora do parto e reduzir violência obstétrica
Uma a cada quatro mulheres sofre violência obstétrica no Brasil, segundo levantamento da Fundação Perseu Abramo. Esse tipo de violência é praticado contra a mulher pela equipe médica no frágil momento do parto. Entre as agressões mais comuns estão os maus tratos físicos, psicológicos, verbais, além de procedimentos desnecessários como as episiotomias, restrição ao leito no pré-parto, uso rotineiro de ocitocina, a ausência de acompanhante, além da realização de cesarianas que poderiam ser evitadas com o parto normal. Para melhorar as práticas dos profissionais de saúde na hora do parto, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) faz, até esta sexta (23), uma consulta pública sobre boas práticas para um parto adequado no Brasil.
Através da consulta, as pessoas podem dar sugestões para modificar a Resolução Normativa 440 da ANS, que define o Programa de Certificação de Boas Práticas em Atenção à Saúde. Uma das propostas feitas pelo Movimento Parto Adequado é criar uma certificação de boas práticas para melhorar a atenção dada à mãe e ao bebê pelas operadoras de planos de saúde em todo o país.
Pelo menos 140 milhões de partos são realizados por ano no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), no entanto, não há dados oficiais sobre violência obstétrica, que passou a ser discutida apenas nos últimos anos. Numa rápida pesquisa pela internet, não é difícil encontrar relatos desse tipo de violência contra a mulher. Para participar e fazer suas sugestões à ANS, clique aqui.