CIDADANIA

Sem dados precisos, estimativa é que Brasil tenha 2 milhões de autistas; autonomia dessas pessoas será debatida pelo Instituto Santos Dumont

No Brasil, os números relacionados ao autismo não são confiáveis, já que não há um levantamento oficial feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por exemplo. No entanto, dados atuais do órgão norte-americano Center of Diseases Control and Prevention Autism and Developmental Disabilities Monitoring (CDC/ADDM), estimam que o autismo afeta 70 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo 2 milhões no território brasileiro.

Uma em cada 44 crianças em todo o mundo é autista, segundo dados do CDC/ADDM. Essa proporção, que já chegou a ser de 1 para cada 500 crianças no passado, comprova a ampliação no número de casos diagnosticados ao longo do tempo.

A Organização das Nações Unidas (ONU) definiu o 2 de abril como o Dia Mundial de Conscientização do Autismo e para discutir os aspectos relacionados à funcionalidade e autonomia dessa parcela da população, seguindo esse debate, o Instituto Santos Dumont (ISD) vai promover uma palestra voltada aos familiares, estudantes e profissionais de saúde do Rio Grande do Norte no próximo dia 4 de abril com o tema: “Como a ciência pode promover a funcionalidade e autonomia do autista?”.

O evento é organizado pelo Serviço Multidisciplinar de Atenção do Espectro do Autismo (Semea/ISD), em conjunto com preceptores e residentes multiprofissionais, além de mestrandos do Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi (Anita) e Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra (IIN-ELS), unidades do ISD em Macaíba. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas AQUI.

O encontro será uma oportunidade para abrir uma discussão não apenas importante, como necessária.

Permitirá refletir sobre os atuais desafios e potencialidades para intervenção com ênfase na autonomia e participação social de pessoas autistas. Reunir profissionais de saúde em formação e pesquisadores da área será fundamental para pensar sobre o futuro da reabilitação intelectual do público clínico”, avalia a preceptora multiprofissional neuropsicóloga Samantha Maranhão, que integra o Semea/ISD.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) se refere a uma série de condições caracterizadas por algum grau de comprometimento no comportamento social, na comunicação e na linguagem, e por uma gama estreita de interesses e atividades que são únicas para o indivíduo e realizadas de forma repetitiva.

Durante o evento, também haverá exposição de trabalhos artísticos de pessoas autistas atendidas nas Clínicas do Instituto Santos Dumont. A arte que ilustra esta reportagem, inclusive, é de autoria de Hector Ferreira de Araújo, de 14 anos.

SERVIÇO

Palestra: “Como a ciência pode promover a funcionalidade e autonomia do autista?”

Quando: 04 de abril de 2022

Hora: 08h às 12h

Onde: Auditório do Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra (IIN-ELS), em Macaíba

Como participar: o evento é voltado para pacientes do ISD, familiares, profissionais e estudantes dos cursos da área de saúde, de forma presencial com limitação a 90 pessoas. As inscrições podem ser feitas online, preenchendo este formulário.

Transmissão ao vivo: O evento será transmitido ao vivo, no canal do Youtube do ISD (https://bit.ly/3iM0tEV)

Palestrantes

Dra. Celina Reis

Formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN); Especialista em Neuropediatria pela USP e SBP; Mestre em Neuroengenharia pelo Instituto Santos Dumont (ISD); Doutoranda em Psicologia pela UFRN – ambos nas temáticas relacionadas ao Transtorno do Espectro do Autismo (TEA); atua como Neuropediatra no ISD.

Profa. Dra. Cíntia Alves Salgado Azoni

Graduada em Fonoaudiologia pela Universidade de São Paulo (USP). Doutorado em Ciências Médicas pela Universidade Estadual de Campinas (2010) e Pós-Doutorado em Ciências Médicas pela Faculdade de Ciências Médicas, UNICAMP (2013). Docente Adjunto A do Curso de Graduação em Fonoaudiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN.

Profa. Dra. Izabel Augusta Hazin Pires

Graduada em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP (1994). Doutora (2006) em Psicologia Cognitiva pela Universidade Federal de Pernambuco e Pós-Doutorado pela Universitè René Descartes – Paris V (2010). Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Neuropsicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem. Coordena o Grupo de Pesquisa LAPEN (Laboratório de Pesquisa e Extensão em Neuropsicologia da UFRN), Coordenadora do Programa Talento Metrópole do Instituto Metrópole Digital da UFRN.

Andréa Clara Galvão

Psicóloga e Psicanalista Doutora em Educação (UFRN). Colunista do Jornal Tribuna do Norte e Supervisora do Centro Especializado Infantil e Adulto do Rio Grande do Norte (CRI/CRA SESAP/RN). Diretora clínica e professora do Instituto Bem-Te-Vi.

Ricardo Oliveira

Comunicador autista que aborda sobre política, modelo social da deficiência e direitos humanos por meio do canal no Youtube Autismo Pensante.

Principais fatos sobre o Autismo

Os Transtornos do Espectro Autista começam na infância e tendem a ter curso evolutivo crônico;

Embora algumas pessoas autistas possam viver de forma independente, outras têm graves dificuldades e necessitam de cuidados e apoio ao longo da vida;

As intervenções baseadas em evidências, como o tratamento comportamental e os programas de treinamento de habilidades para os pais, podem reduzir as dificuldades de comunicação e comportamento social, com impacto positivo no bem-estar e qualidade de vida das pessoas autistas e seus cuidadores;

As intervenções para as pessoas autistas precisam ser acompanhadas por ações mais amplas e efetivas, tornando a participação social, a garantia de direitos e a acessibilidade de comunicação, arquitetônica e atitudinal uma realidade possível e fundamental para a inclusão social destas pessoas;

Em todo o mundo, as pessoas autistas são frequentemente sujeitas à estigmatização, discriminação e violações de direitos humanos. Globalmente, o acesso aos serviços e apoio para essas pessoas é inadequado.

*Com informações do Instituto Santos Dumont

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