Sem dados precisos, estimativa é que Brasil tenha 2 milhões de autistas; autonomia dessas pessoas será debatida pelo Instituto Santos Dumont
Natal, RN 10 de mai 2024

Sem dados precisos, estimativa é que Brasil tenha 2 milhões de autistas; autonomia dessas pessoas será debatida pelo Instituto Santos Dumont

30 de março de 2022
6min
Sem dados precisos, estimativa é que Brasil tenha 2 milhões de autistas; autonomia dessas pessoas será debatida pelo Instituto Santos Dumont

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No Brasil, os números relacionados ao autismo não são confiáveis, já que não há um levantamento oficial feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por exemplo. No entanto, dados atuais do órgão norte-americano Center of Diseases Control and Prevention Autism and Developmental Disabilities Monitoring (CDC/ADDM), estimam que o autismo afeta 70 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo 2 milhões no território brasileiro.

Uma em cada 44 crianças em todo o mundo é autista, segundo dados do CDC/ADDM. Essa proporção, que já chegou a ser de 1 para cada 500 crianças no passado, comprova a ampliação no número de casos diagnosticados ao longo do tempo.

A Organização das Nações Unidas (ONU) definiu o 2 de abril como o Dia Mundial de Conscientização do Autismo e para discutir os aspectos relacionados à funcionalidade e autonomia dessa parcela da população, seguindo esse debate, o Instituto Santos Dumont (ISD) vai promover uma palestra voltada aos familiares, estudantes e profissionais de saúde do Rio Grande do Norte no próximo dia 4 de abril com o tema: “Como a ciência pode promover a funcionalidade e autonomia do autista?”.

O evento é organizado pelo Serviço Multidisciplinar de Atenção do Espectro do Autismo (Semea/ISD), em conjunto com preceptores e residentes multiprofissionais, além de mestrandos do Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi (Anita) e Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra (IIN-ELS), unidades do ISD em Macaíba. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas AQUI.

O encontro será uma oportunidade para abrir uma discussão não apenas importante, como necessária.

Permitirá refletir sobre os atuais desafios e potencialidades para intervenção com ênfase na autonomia e participação social de pessoas autistas. Reunir profissionais de saúde em formação e pesquisadores da área será fundamental para pensar sobre o futuro da reabilitação intelectual do público clínico”, avalia a preceptora multiprofissional neuropsicóloga Samantha Maranhão, que integra o Semea/ISD.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) se refere a uma série de condições caracterizadas por algum grau de comprometimento no comportamento social, na comunicação e na linguagem, e por uma gama estreita de interesses e atividades que são únicas para o indivíduo e realizadas de forma repetitiva.

Durante o evento, também haverá exposição de trabalhos artísticos de pessoas autistas atendidas nas Clínicas do Instituto Santos Dumont. A arte que ilustra esta reportagem, inclusive, é de autoria de Hector Ferreira de Araújo, de 14 anos.

SERVIÇO

Palestra: “Como a ciência pode promover a funcionalidade e autonomia do autista?”

Quando: 04 de abril de 2022

Hora: 08h às 12h

Onde: Auditório do Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra (IIN-ELS), em Macaíba

Como participar: o evento é voltado para pacientes do ISD, familiares, profissionais e estudantes dos cursos da área de saúde, de forma presencial com limitação a 90 pessoas. As inscrições podem ser feitas online, preenchendo este formulário.

Transmissão ao vivo: O evento será transmitido ao vivo, no canal do Youtube do ISD (https://bit.ly/3iM0tEV)

Palestrantes

Dra. Celina Reis

Formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN); Especialista em Neuropediatria pela USP e SBP; Mestre em Neuroengenharia pelo Instituto Santos Dumont (ISD); Doutoranda em Psicologia pela UFRN - ambos nas temáticas relacionadas ao Transtorno do Espectro do Autismo (TEA); atua como Neuropediatra no ISD.

Profa. Dra. Cíntia Alves Salgado Azoni

Graduada em Fonoaudiologia pela Universidade de São Paulo (USP). Doutorado em Ciências Médicas pela Universidade Estadual de Campinas (2010) e Pós-Doutorado em Ciências Médicas pela Faculdade de Ciências Médicas, UNICAMP (2013). Docente Adjunto A do Curso de Graduação em Fonoaudiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN.

Profa. Dra. Izabel Augusta Hazin Pires

Graduada em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP (1994). Doutora (2006) em Psicologia Cognitiva pela Universidade Federal de Pernambuco e Pós-Doutorado pela Universitè René Descartes - Paris V (2010). Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Neuropsicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem. Coordena o Grupo de Pesquisa LAPEN (Laboratório de Pesquisa e Extensão em Neuropsicologia da UFRN), Coordenadora do Programa Talento Metrópole do Instituto Metrópole Digital da UFRN.

Andréa Clara Galvão

Psicóloga e Psicanalista Doutora em Educação (UFRN). Colunista do Jornal Tribuna do Norte e Supervisora do Centro Especializado Infantil e Adulto do Rio Grande do Norte (CRI/CRA SESAP/RN). Diretora clínica e professora do Instituto Bem-Te-Vi.

Ricardo Oliveira

Comunicador autista que aborda sobre política, modelo social da deficiência e direitos humanos por meio do canal no Youtube Autismo Pensante.

Principais fatos sobre o Autismo

Os Transtornos do Espectro Autista começam na infância e tendem a ter curso evolutivo crônico;

Embora algumas pessoas autistas possam viver de forma independente, outras têm graves dificuldades e necessitam de cuidados e apoio ao longo da vida;

As intervenções baseadas em evidências, como o tratamento comportamental e os programas de treinamento de habilidades para os pais, podem reduzir as dificuldades de comunicação e comportamento social, com impacto positivo no bem-estar e qualidade de vida das pessoas autistas e seus cuidadores;

As intervenções para as pessoas autistas precisam ser acompanhadas por ações mais amplas e efetivas, tornando a participação social, a garantia de direitos e a acessibilidade de comunicação, arquitetônica e atitudinal uma realidade possível e fundamental para a inclusão social destas pessoas;

Em todo o mundo, as pessoas autistas são frequentemente sujeitas à estigmatização, discriminação e violações de direitos humanos. Globalmente, o acesso aos serviços e apoio para essas pessoas é inadequado.

*Com informações do Instituto Santos Dumont

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