Após atropelamento e mordida de cachorro em Parque Ecológico, moradores de Capim Macio fazem protesto por regulamentação
Natal, RN 8 de mai 2024

Após atropelamento e mordida de cachorro em Parque Ecológico, moradores de Capim Macio fazem protesto por regulamentação

5 de setembro de 2022
4min
Após atropelamento e mordida de cachorro em Parque Ecológico, moradores de Capim Macio fazem protesto por regulamentação

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O Parque Ecológico de Capim Macio foi inaugurado no dia 2 de agosto pela Prefeitura de Natal sem normas de uso. O equipamento é resultado de decisão judicial e reivindicação antiga dos moradores do bairro que agora pedem com urgência um plano de manejo do espaço. Uma manifestação foi realizada nesta segunda-feira (5) chamando atenção para acidentes que estão acontecendo pela ausência de regras.

Na semana passada um rapaz foi mordido por um cachorro e, no início da noite do sábado (3), o professor aposentado Willington Germano foi atropelado por um jovem em patinete elétrica, que sequer prestou socorro.

“Estava caminhando com a minha esposa, quando fui atropelado pelas costas e atirado ao chão por um patinete em alta velocidade, desgovernado, conduzido por um rapaz alto e forte. Apenas pediu desculpas e prosseguiu. Felizmente um amigo que passava na hora, me ajudou a me levantar no chão. As pessoas que presenciaram o atropelamento ficaram indignadas”, narra Willington, lembrando que caiu fora da pista, na parte de areia.

Com hematomas e escoriações, ele conta que no dia seguinte amanheceu com o corpo dolorido. Na hora do acidente, comunicou à guarda municipal.

“A guarda do parque ao tomar conhecimento impediu que ele continuasse trafegando. Tanto o meu amigo, como nós também fomos falar com os guardas que disseram da dificuldade de trabalhar no parque uma vez que não havia normas de funcionamento a serem estabelecidas pela Prefeitura através da Semsur”.

Mobilização da comunidade

Essas foram as duas situações mais graves, mas não as únicas que preocuparam os moradores. De acordo com a diretora administrativa da Associação de Moradores e Amigos de Capim Macio, Ana Góes, foram realizadas reuniões com a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur), inclusive com envio de proposta de regulamentação e oferta de cooperação.

“Já tivemos dois acidentes e nós não gostaríamos que acontecesse mais nada. Já foram várias pessoas reclamando assim: puxa, eu estava andando e quase que a bicicleta bateu em mim. O outro: estava andando e o cachorro chegou a botar o focinho na minha mão. Histórias assim tem várias”, lamenta, ao afirmar que a comunidade já previa que a inauguração sem normas traria problemas aos usuários.

“Esse parque é um dos poucos aqui de Natal que permite a entrada de pets. E aí liberaram geral, sem regulamento. Entra cachorro grande, cachorro pequeno, cachorro sem guia, cachorro solto no parque. A pista de caminhante deixou de ser pista de caminhante. Veículos motorizados, tipo patinete motorizada, bicicleta de criança, bicicleta de adulto, anda na pista”, conta Ana.

Ela também comenta que o espaço, por suas características, não comporta eventos de grande porte, que já são previstos pela Prefeitura.

“Nós estamos numa situação meio caótica nesse parque. E gostaríamos muito que a imprensa nos desse voz, porque até agora a ouvida foi a Prefeitura dizendo que foi uma maravilha o parque inaugurado”, reclama.

A área mede 40 mil m², é cercada por grades, fica entre as ruas Ismael Pereira da Silva, Joel Carlson, Industrial João Mota e Antônio Farache e conta com quadra poliesportiva, pista de cooper de 400 metros, alameda para a prática de caminhadas, playground, bicicletário e centro de convivência com pátio. A Prefeitura promete ainda instalar outros equipamentos, como academia para os idosos e bancos.

Em 2013 o Município iniciou a derrubada de algumas árvores no local para construir uma lagoa de drenagem de águas da chuva, mas os moradores acionaram a justiça. A Promotoria de Defesa do Meio Ambiente e o Ministério Público Federal moveram ação judicial para garantir a construção do parque, mantendo ali a vegetação do solo.

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